As altas temperaturas e a umidade elevada típicas do verão propiciam o aparecimento de fungos nas espécies vegetais. O importante é saber identificá-los e como tratar a plantas, que são atacadas e começam a sentir os efeitos da doença, ficando com lesões e manchas na folha e, até mesmo, podridão de hastes e raízes.
Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Domingues, pesquisador do Instituto Biológico, "as manchas foliares são causadas por microrganismos de gêneros como Colletotrichum, Alternaria e Cercospora, enquanto Rhizoctonia e Fusarium, entre outros, provocam murcha e morte dos vegetais".
Veja algumas infestações por fungos mais comuns
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Alternaria
Ataque de fungo do gênero Alternaria provoca manchas e a degradação da maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana). Esse tipo de parasita normalmente ataca as folhas e pode causar distúrbios alérgicos em humanos, especialmente, na pele e no trato respiratório
Bipolaris
O fungo do tipo Bipolaris pode provocar doenças em diferentes tipos de plantas, como na maranta (Maranta leuconeura kerchoveana). Esse microrganismo causa manchas pardas e leva à necrose das folhas
Pseudoercospora
O fungo do gênero Pseudoercospora normalmente aparece nos órgãos aéreos das plantas, principalmente em folhas jovens. O sintoma típico de seu ataque é caracterizado por pequenas manchas bem definidas de contorno irregular e coloração inicialmente castanho-avermelhada. A foto mostra o aspecto da doença em uma folha de hortênsia (Hydrangea macrophylla)
Diplocarpon rosae
As roseiras (Rosa x grandiflora) podem padecer diante do Diplocarpon rosae, que causa manchas nas folhas e se dissemina com a alta umidade. Para evitar problemas com esse fungo, a irrigação deve ser cuidadosa visando não atingir as folhas e os plantios muito adensados devem ser evitados
Cercosporiose
É uma doença provocada por fungos que se manifesta por manchas arredondadas, pequenas, bem delimitadas, acinzentadas e com pequenas pontuações. É mais frequente em folhas adultas, como nessa hortênsia
Botrytis cinerea
É um fungo que causa muita dor de cabeça para os agricultores, mas que também acomete plantas ornamentais, como o lírio. A doença surge quando há excesso de umidade e temperaturas elevadas
Como evitar
Só utilize sementes tratadas previamente limpas, lavadas e mergulhadas em solução com hipoclorito de sódio pelo tempo de um minuto. Sementes manchadas ou apodrecidas devem ser descartadas, já que elas podem ser propagadoras de fungos.
Plante somente em solos bem preparados e livres de patógenos.
Dê preferência a espécies e variedades de vegetais resistentes.
Adube na medida certa e forneça a cada espécie a quantidade exata de água e luz.
Controle rigorosamente a presença de caracóis, lesmas, insetos e roedores, já que esses bichinhos também podem transportar esporos dos fungos fitopatogênicos.
Controle a umidade e a iluminação pois a reprodução desses microrganismos costuma ser favorecida pela presença de água - seja da chuva, da irrigação, do orvalho ou mesmo da umidade do ar - e por ambientes escuros. Nesse sentido, a rega sem exagero e a boa drenagem do solo são fundamentais.
Evite deixar elementos de madeira expostos ao tempo, no jardim, devem ser protegidos da água para evitar que apodreçam.
Como tratar
O primeiro passo é a remoção de partes e até de plantas inteiras com sintomas de infestação, evitando assim a propagação da patologia pelo jardim.
O ideal é recorrer a um técnico especializado para obter o diagnóstico correto do problema, especialmente se for necessário recorrer a fungicidas, que precisam ser utilizados com muito critério e rigor.
Para o controle da degradação dos vegetais, o mercado e o conhecimento popular dispõem de alternativas menos agressivas e mais ecológicas que os fungicidas sintéticos. Entre elas estão o fosfito de potássio, que age como antifúngico e indutor do sistema de defesa das plantas, e o extrato pirolenhoso, produto milenar na agricultura japonesa que induz o enraizamento e é repelente de fungos e de insetos. (Fonte: UOL)