Sempre que o termômetro indica baixas temperaturas, é preciso frisar a importância da manutenção dos aquecedores a gás, itens indispensáveis nos períodos mais frios, mas que requerem atenção do consumidor durante todo o ano para evitar acidentes.
Segundo o engenheiro civil Maurício Bassani, facilitador do Departamento de Fiscalização (DEFIS) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), é recomendada no mínimo uma manutenção anual, executada por profissionais especializados. "A manutenção e a instalação de aquecedores a gás deve ser realizada por técnicos treinados pelos fabricantes e fornecedores de aquecedores a gás, sob a supervisão e orientação de um profissional habilitado pelo CREA-PR", explica, citando a NBR 13.103:2000, que versa sobre a adequação de ambientes residenciais para instalação de aparelhos que utilizam gás combustível.
De acordo com esta norma, no ambiente onde está instalado o aquecedor deve existir uma abertura livre superior com área mínima de 600 cm² (por exemplo, 40 x 15 cm), e ser afixado a uma altura mínima de 1,50 m em relação ao piso. A abertura inferior também é muito importante, pois, disposta em paredes opostas ao equipamento, possibilita uma ventilação cruzada no ambiente. "É preciso uma ventilação permanente do local, sem fechar as aberturas existentes, pois o queimador consome oxigênio do ambiente durante a combustão", ensina Bassani. "São esses gases produzidos pela combustão que devem ser conduzidos para o exterior, para eliminar possibilidades de acidentes e da chamada morte branca, que ocorre pela aspiração do monóxido de carbono".
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Atenção aos indicativos
A maioria dos aparelhos antigos não obedece as normas de segurança, como, por exemplo, as relacionadas ao diâmetro da chaminé e a validade de sua vida útil. Daí a indicação pela compra ou troca pelos modelos mais novos, fabricados de acordo com as normas e especificações técnicas.
Ao utilizar o equipamento, é importante fazer uma análise visual da chama, que deve ser de cor preponderantemente azul e transparente, sem a excessiva formação de pontas amareladas. Com relação à sua propagação, é preciso verificar se ela apresenta partes apagadas ou se demora excessivamente para acender por inteira. Nestes casos, pode ser um indicativo de que o queimador esteja sujo ou desregulado. "O contato deve ser feito sempre com uma empresa ou profissional habilitado e credenciado para solucionar o problema. O consumidor deve estar atento e recusar profissionais que não possuem conhecimento técnico necessário, pois estão agindo irresponsavelmente e acabam muitas vezes criando um problema maior. Trabalhos incorretos colocam em risco vidas humanas", diz o engenheiro.
Segundo Bassani, é preciso acabar com o mito de que os aquecedores a gás são perigosos. "Os possíveis acidentes com esses equipamentos decorrem de instalações mal feitas por pessoas não habilitadas, que não seguem as normas de segurança. Além disso, os aparelhos são dotados de sensores de segurança, que em caso de vazamento ou superaquecimento cortam o gás automaticamente", diz ele.
"O CREA-PR fiscaliza as responsabilidades técnicas das pessoas físicas e jurídicas que trabalham com projeto, instalação e manutenção dos aquecedores a gás. Já foram realizadas no passado ações de fiscalização em condomínios residenciais e junto com os síndicos destes condomínios, com o objetivo de fazer um trabalho de orientação sobre a necessidade da participação de um profissional habilitado para a realização dos serviços de instalação e manutenção dos equipamentos para aquecimento de água", conclui a gerente do DEFIS, Vanessa Moura.