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Acabamento

Azulejos e ladrilhos antigos estão de volta

Micaela Orikasa/ Folha Casa & Conforto
31 dez 1969 às 21:33
Na loja do estilista Ronaldo Fraga, em Belo Horizonte, os ladrilhos com temas de bolas alegram o ambiente e garantem uma identidade ao espaço - César Augusto e Fábio Ciquini
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Nas paredes ou no piso, a sensação causada pela composição de azulejos clássicos ou ladrilhos hidráulicos sempre remete a tempos passados. Se para alguns eles parecem um pouco antiquados, para outros são sinônimos de exuberância e originalidade na decoração.

Para mostrar que os ricos detalhes das peças clássicas possibilitam infinitas combinações de cores em diversos ambientes, o arquiteto Rodrigo Mendonça, de Londrina, projetou a parede de uma cozinha com uma releitura de azulejos coloniais. O resultado foi um espaço moderno com traços de cor e nostalgia.

''Esse tipo de revestimento nunca deixou de ser usado e a indústria cerâmica nunca deixou de fabricá-lo, pois existe procura. Porém, é preciso ter bom senso na utilização, principalmente em ambientes menores, onde eles devem ser usados apenas em detalhes'', explica o arquiteto.

Outro detalhe que valoriza o ambiente é o colorido das peças, quebrando a continuidade dos tons neutros.

''O custo desse tipo de acabamento também influi na hora de definir a área a ser revestida, já que tanto os azulejos coloniais novos quanto as peças de museu, geralmente são vendidos por unidade e não por metro quadrado, como os comuns'', acrescenta Rodrigo.

Mercado de raridades

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''Não existe catálogo. Está tudo na memória'', explica Leondenes Gonçalves Domingues, proprietário da loja Museu dos Azulejos, que há mais de 20 anos, atende aos mais diversos pedidos da clientela, formada por donas de casas e profissionais de arquitetura e decoração. ''Eles procuram por peças bem antigas, geralmente fabricadas há 50 anos'', conta.

Para ele, esse é grande diferencial de sua loja, que possui mais de 100 mil variedades em azulejos, pisos e pastilhas. ''Aqui é o único lugar onde as pessoas vão conseguir peças tradicionais, pois compro materiais de casas demolidas e vou estocando. Quando não encontro por aqui, encomendo em São Paulo'', diz ele, que também possui uma loja em Sorocaba, interior paulista.

Do teto ao chão, a loja abriga milhares de caixas com os modelos dos azulejos à vista para que Domingues não perca o controle dos materiais. Segundo ele, a maioria das peças existe em pequenas quantidades, o que justifica seu uso em pequenos detalhes. Entre as raridades, é possível encontrar peças de fabricantes que fecharam as portas há muito tempo, como a indústria Matarazzo.


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