Na escolha do sofá de um living ou sala de TV deve-se levar em consideração, além de questões como modelo, acabamentos e dimensões, o cenário em que o móvel será inserido. Quando posicionado de costas para uma parede não é incomum que esse trecho, sobre o sofá, seja deixado em segundo plano, sem uma ligação com a proposta decorativa do espaço.
Para a arquiteta Patricia Penna, à frente do escritório Patricia Penna Arquitetura & Design, não há motivos para que ela seja esquecida. Com o olhar apurado que pode ser visto nos projetos executados por ela e sua equipe, a profissional reuniu dicas e inspirações para agregar valor à parede. "Em geral, essa decisão leva em conta o estilo de vida dos moradores, que por sua vez já está expresso nos demais elementos do décor. Gosto bastante de criar composições, dentro de diferentes estilos”, revela.
A aplicação de painéis de madeiras em diferentes acabamentos, revestimentos 3D, boiserie, composição de gravuras, esculturas – incluindo aquelas peças de família e de valor afetivo, além de itens mais modernos como letreiros em LED neon são algumas das possibilidades. Acompanhe as propostas trazidas por Patricia Penna.
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Quadros: preferência para quem não quer de errar
Um dos caminhos mais assertivos é investir em arte: naturalmente, de estilos e artistas apreciados pelos moradores – esculturas, telas, fotografias, gravuras, etc. O importante é considerar o ambiente onde serão expostas. "A ressalva é que, independentemente das escolhas, deve haver harmonia com os demais elementos do ambiente, bem como com a essência dos clientes”, diz a arquiteta.
Durante a definição – um processo que nem sempre é muito rápido e gera dúvidas –, ela indica dispor as preferências para, visualmente, compreender quais são aquelas que melhor se encaixam no ambiente ou que, simplesmente, provocam aquela sensação ‘é essa!’. "Nesses casos, a experiência de um profissional de arquitetura contribui para, até mesmo, compor obras de diferentes tipos e estilos, com bossa, a depender do espaço disponível. Podemos considerar, inclusive, a elaboração de gallery wall”, explana Patricia Penna.
Uma questão importante: obras sobre sofás pedem um espaçamento mínimo em relação ao móvel, para não ficar desconfortável para o usuário e evitar acidentes como bater a cabeça. "Quando trabalhamos com profundidade maior, caso das esculturas ou objetos em caixas, é vital dispô-las em locais que não interfiram na circulação, minimizando o risco de queda”, sugere a arquiteta.
As possibilidades para dispor obras numa parede são muitas e podem variar de acordo ao estilo do ambiente. Pode ser linear, com os quadros alinhados pela borda inferior; concêntrica, onde há a definição de um ponto central imaginário e a partir do qual distribuem-se os trabalhos, ou ainda completamente deslocada para um dos extremos.
Texturas: quando a parede é o próprio elemento de destaque
Com variados estilos e modelos, elas podem trazer cor, profundidade, esconder alguma imperfeição na superfície ou valorizar ainda mais a área. As possibilidades são inúmeras, vale apostar em pinturas especiais, como estuque italiano, cimento queimado, painéis de madeira com acabamento de laca ou alguma lâmina natural, do tipo boiserie, papéis de parede, revestimentos cerâmicos e pedras naturais, entre outros.
Pessoas mais ‘básicas’ podem eleger a clássica parede branca, que ganha vida com uma obra de arte. "Uma luminária de parede, sobretudo em ambientes menores, é sempre muito bem-vinda! Ela será eficaz para o ambiente, deixando tudo mais charmoso”, compartilha Patricia Penna.
Portas e janelas: usando a paisagem externa como pintura para o seu ambiente
O jardim invade o living, levando luz e cor, junto aos tons dos quadros
Usufruir da paisagem externa como quadro dentro do living é interessante, pois comporta-se como uma obra viva e interativa! Além da sensação de bem-estar na conexão com a natureza, a solução implementa a iluminação natura. "Por si só, o paisagismo é um quadro pronto e lindo. Por isso, é bobagem competir”, brinca. "Sempre que possível, adoro conciliar a cena externa na parte interna”, finaliza Patrícia.