As fortes chuvas que atingiram o Paraná no fim de semana assolaram produções agrícolas em diversas regiões, com prejuízos materiais e financeiros aos produtores agravados pelas rajadas de vento e queda de granizo. Os temporais se deram praticamente em todo o Estado, com maior intensidade no Norte, Noroeste e Oeste. Londrina e região se encontram em estado de alerta.
O Sistema FAEP tem recebido relatos de trabalhadores vinculados aos sindicatos rurais. Até o momento, produtores de 19 municípios enviaram registros. No Oeste, o temporal foi marcado por danos e falta de energia em aviários, além de barracões que cederam sobre o maquinário agrícola. “Vimos muitos vídeos de estruturas retorcidas, telhado que voou, muitas pessoas relataram que não conseguiram nem apurar os prejuízos ainda”, informou Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico.
A técnica pontuou que estragos também foram registrados em lavouras. “O que tinha sido recém-semeado, estava pequena a soja, acabou destruído.” Os municípios incluem Assis Chateaubriand, Entre Rios do Oeste, Palotina e Marechal Cândido Rondon.
As outras regiões mais prejudicadas foram o Centro-Norte (Rolândia, Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso, Jandaia do Sul, Mandaguari, Santa Fé e São Jorge do Ivaí); Centro-Ocidental (Campo Mourão, Engenheiro Beltrão, Moreira Sales e Juranda) e Noroeste (Umuarama, Itaúna do Sul, Perobal e Tuneiras do Oeste). “Como a intensidade da chuva foi grande, o solo não consegue absorver e tem erosão. Áreas recém-plantadas de soja, que é a cultura que está em campo no momento, o período de plantio, vão ter que ser replantadas”, disse Kowalski.
Perda total
O menor impacto se deu no Sul, Centro-Sul e a Região Metropolitana de Curitiba, elencou a técnica. Na Região Metropolitana de Londrina, João Kaduta perdeu todo o seu cultivo de hortaliças, que produz na área rural de Sertanópolis. Ele disse que foram vastos os danos causados pela chuva de granizos na noite de sábado (1º), sendo que passará meses parado até normalizar a produção, que se encontra parcialmente alagada.
“Tenho uma estimativa de 2 mil caixas de verduras em dois meses que ficaremos sem produção. Se contar o prejuízo e mais o investimento de agora em diante, uns R$ 50 mil (de perdas financeiras)”, quantificou.
O produtor disse que seus próximos passos serão conter gastos e reduzir custos, procurando linhas de crédito particulares para tentar manter o trabalho. Sua olericultura a céu aberto produz 12 tipos de hortaliças, incluindo alface, rabanete, abóbora e repolho.
Dados oficiais
Por meio de uma parceria entre o IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e Deral (Departamento de Economia Rural), será feito um levantamento quantitativo oficial sobre as avarias causadas pelos temporais.
A assessoria de imprensa da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) informou que equipes começaram o trabalho de campo nesta segunda-feira (3), e que a obtenção de informações concretas deve ocorrer no fim da semana.