A prova surgida na Operação Lava Jato que talvez mais tenha preocupado o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda pode ser usada contra ele em um dos processos a que responde no STF (Supremo Tribunal Federal).
Registros de entrada em um dos escritórios do doleiro Alberto Youssef em São Paulo mostram que o deputado esteve quatro vezes no local em 2010 e 2011.
Youssef, pivô da deflagração da Lava Jato em 2014 e um de seus primeiros delatores, diz que as visitas foram para entrega de dinheiro em espécie, com origem em esquema do PP na Petrobras, e pedidos de auxílio no pagamento de dívidas eleitorais.
Lira, já ouvido a respeito, negou que tenha ido ao local para retirar dinheiro vivo.
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Os dados obtidos junto à portaria do edifício onde Youssef antigamente tinha uma de suas bases, na zona sul de São Paulo, apontam que o novo presidente da Câmara tentava ser discreto. Segundo informações anexadas em inquéritos, ele omitia na recepção o sobrenome Lira, com o qual é conhecido. Apresentava-se como Arthur Cesar Pereira.
A presença dele no escritório do doleiro foi mencionada pela Procuradoria-Geral da República na denúncia do chamado "quadrilhão do PP", que acusa parlamentares e ex-parlamentares do partido de integrar uma organização criminosa responsável por desvios de recursos públicos.