O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, afirmou que a instituição também tem participação nos "vícios" que levaram às anulações de investigações da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).
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Segundo Rodrigues, a Lava Jato incorreu em "erros de toda sorte". A declaração ocorreu em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (6).
"Ao final, a Suprema Corte anulou a investigação por todos os vícios que houve, e a PF participou disso. Conluio talvez seja uma palavra muito forte, mas participou de maneira conjunta com o Ministério Público e a Justiça. O que se viu em gravações e em áudios que vieram a público foi uma relação absolutamente inaceitável, que fere o interesse público e as regras do jogo da investigação. nesta quarta-feira (6), buscamos exatamente o contrário: trabalhar com muita responsabilidade, com foco na legislação e nas normas que regem as investigações", diz Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF.
Rodrigues destacou que o STF apontou que "houve erro" em ações que envolveram o então ex-presidente Lula (PT) e, sem citar nominalmente Sergio Moro, referiu-se a ele como um "um juiz incompetente". "Tenho participado de muitos foros internacionais e, quando contamos a história de que o candidato líder das pesquisas foi preso e a pessoa que o prendeu virou ministro da Justiça do presidente eleito, as pessoas se chocam e ficam incrédulas".
O diretor-geral da PF ainda disse que a corporação aprendeu com "os erros" na Lava Jato e que agora o órgão trabalha dentro da "legalidade", de forma "responsável" e sem "exposição pessoal de investigadores". Isso, segundo ele, seria o maior legado da investigação.
"O grande legado da Lava Jato é não repetir os seus erros, não fazer o que eles fizeram porque, independentemente das pessoas que foram objeto das investigações, os processos foram anulados. Ou seja, não faz sentido a gente ter um esforço, um custo, um investimento para que ao final só se tenha resultado político, sem nenhum resultado positivo para o sistema de justiça criminal ou para a sociedade", afirma Andrei.
A Operação Lava Jato foi iniciada em março de 2014 e encerada em fevereiro de 2021, na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Naquele mesmo ano, a maioria dos ministros do STF entendeu que Moro foi imparcial no julgamento que condenou Lula. Nos últimos anos, a Corte também tem se debruçado sobre outras ações referentes às investigações da operação por supostas ilegalidades.