A produtora D7, responsável por fazer a pré-campanha presidencial de Sergio Moro quando ele ainda estava no Podemos, entrou na Justiça contra o partido, dizendo que levou calote de cerca de R$ 2 milhões.
"O prazo de duração do contrato já finalizou e os serviços foram integralmente executados pela autora, contudo o réu não efetuou o pagamento da remuneração livremente pactuada, e, mesmo depois de ter sido notificado extrajudicialmente para fazê-lo, manteve-se inerte", diz a ação, que deu entrada na Justiça Cível de São Paulo em 6 de julho.
A D7 foi contratada para fazer as inserções de TV do Podemos e vídeos para a internet, promovendo Moro e, em menor escala, a presidente nacional do partido, Renata Abreu.
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Foram nove peças produzidas, sendo três para TV e seis para as redes sociais, feitas sob o comando do publicitário Pablo Nobel. Naquele momento, o objetivo era popularizar a imagem de Moro com vistas a uma eventual campanha presidencial.
No final de março, no entanto, Moro deixou abruptamente o partido e mudou-se para o União Brasil, no qual disputará o Senado pelo Paraná.
Segundo pessoas ligadas à produtora, cerca de 35 funcionários que de alguma forma estiveram envolvidos com a produção dos vídeos para o ex-juiz foram afetados pelo calote. A D7 arcou com o prejuízo e pagou a maioria deles.
A ação é direcionada a Podemos, e não a Moro, uma vez que o contrato foi feito com a direção partidária.
"A autora adimpliu suas obrigações de forma satisfatória, alcançando êxito em todas as obrigações assumidas no contrato durante o seu período de duração, mas o réu se nega, de forma injustificada, a resgatar a dívida com o pagamento da remuneração pactuada", afirma a produtora, que pede indenização de R$ 2,13 milhões, valor que inclui juros, correção monetária e custos advocatícios.
Procurada, a assessoria do Podemos não se manifestou.