O Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen-PR) confirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos investigados da operação Lava Jato, chegou às 15h desta segunda-feira (28) na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ele que já se tornou réu numa ação sob acusação de desvio de recursos públicos na construção da refinaria Abreu e Lima, no Pernambuco, e também foi citado pela Justiça Federal por prática de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, vai ficar numa galeria da unidade que é destinada a presos com ensino superior, em um cela isolada.
Na sexta-feira (25), o juiz da 13.ª Vara autorizou a transferência de Costa para a PEP II e determinou urgência a Polícia Federal (PF) para realizar a remoção. Segundo o juiz, a decisão foi tomada devido a notícias que foram veiculadas dizendo que Costa estaria sofrendo ''ameaças'' na carceragem da PF, onde está preso desde 20 de março. Além disso, o juiz destaca na decisão sobre a transferência que ''a carceragem é cela de mera passagem para presos provisórios e não é, de fato, adequada para permanência por longo período´´.
Antes de deixar a PF, Paulo Roberto Costa, prestou depoimento sobre a possível ameaça que estava sendo feita a ele por um agente da corporação. O advogado do ex-diretor da Petrobras, Fernando Fernandes, afirmou em nota que entrou nesta segunda com petição na Justiça do Paraná para que o juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, determine a identificação do agente da PF que mais uma, teria ameaçado seu cliente. Na petição, o advogado também está pedindo a transferência de Costa para o Rio de Janeiro. "É onde ele tem domicílio e família. Além disso, não há justificativa para a permanência dele em Curitiba. O interrogatório é o último ato do processo e pode ser feito por videoconferência", afirmou o advogado na nota. Paralelamente à petição, a defesa ainda está requerendo junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a aplicação de medidas alternativas à prisão preventiva de Paulo Roberto Costa. "Uma delas pode ser a prisão domiciliar."
Leia mais:
Câmara de Vereadores aprova projeto que cria sistemas de diárias em Londrina
Prefeitura de Cambé fica fechada nesta sexta em celebração ao Dia do Servidor Público
'Quem mexe com a Venezuela se dá mal', diz regime ao publicar Lula e bandeira do Brasil
Câmara aprova projeto que estende receita de créditos de descarbonização a produtores independentes
Ação penal - A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) referente a Costa e que foi acatada pela Justiça Federal na última sexta-feira (25), apona que a organização integrada por Costa ''tinha por finalidade a prática de crimes de lavagem dos recursos financeiros auferidos de crimes contra a administração pública, mais precisamente com a Petrobrás''.
De acordo com o documento, Paulo Roberto e Alberto Youssef seriam os líderes do grupo criminoso e os principais responsáveis pela lavagem de dinheiro dos recursos desviados. Os demais teriam participação segundo as variadas etapas da lavagem. Um trecho do documento aponta que ''os desvios ocorreram de 2009 até 2014, e se referem a quantias relacionadas ao pagamento de contratos superfaturados a empresas que prestaram serviços direta ou indiretamente à estatal, com a colaboração e intermediação de Costa''. O MPF ainda lembra que a obra da refinaria, no município de Ipojuca (PE), estava orçada inicialmente em R$ 2,5 bilhões, teria alcançado atualmente o valor global superior a R$ 20 bilhões.
Além de Costa, ação penal cita outras nove pessoas, mas a 13.ª Vara Federal acatou a denúncia contra quatro (Antônio Almeida Silva, Márcio Andrade Bonilho, Murilo Tena Barros e Waldomiro Oliveira), alegando que os demais (Alberto Youssef, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira) já são réus em outras ações sobre o mesmo tema.