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Violência

Violência e medo tomam conta de Londrina e região

Aline Parodi - Grupo Folha
30 jan 2016 às 18:23

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- Reprodução/WhatsApp Grupo Folha
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Insegurança e medo de sair de casa. Esses eram os sentimentos dos moradores de Londrina após a onda de violência que assolou a cidade na madrugada de sábado (30). A lei do silêncio também imperava na ruas onde os crimes foram cometidos. Os moradores não queriam comentar o assunto. Alguns relataram que ouviram disparos, mas não saíram de casa para ver o que estava acontecendo.

"Moro aqui há 20 anos e nunca vi uma coisa dessas. A gente fica com medo de andar na rua", comenta uma moradora do Jardim Turquino, na zona oeste. A poucas quadras da casa dela, três homens ficaram feridos quando homens em um Gol prata passaram atirando contra os frequentadores de um bar. A ação se repetiu em vários bairros e cidades da região.
No total, 11 pessoas morreram em Londrina, Arapongas e Ibiporã, e outras 15 ficaram feridas. Entre os mortos, está o policial militar Cristiano Luiz Bottino, de 33 anos, da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar de Londrina.

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Ele foi baleado nas proximidades do Lago Norte, no Conjunto Milton Gavetti, por volta das 20h de sexta-feira. O PM chegou a ser socorrido pelo Siate e levado ao Hospital da Zona Norte, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia não confirma ligação entre a morte do PM e a chacina que seguiu madrugada adentro.

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O analista André Monteiro, de 32 anos, veio de Curitiba para visitar a família e estava no bar da Rua Izabel Guilhen Garcia, no Jardim João Turquino na hora dos disparos. Ele conta que, por volta das 3h30, estava com mais quatro amigos do lado de dentro do bar, que já estava fechado, quando ouviu os primeiros disparos. "A gente se jogou no chão e apagou a luz e dai ouvimos as pessoas do lado de fora gritando", recorda.

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Havia um grupo de pessoas na rua. Um rapaz foi baleado na perna e fugiu correndo dos atiradores. Segundo os moradores, outro rapaz correu, foi perseguido e atingido nas costas e um terceiro teria levado um tiro no rosto. Eles foram socorridos e encaminhados para hospitais de plantão.


"Não deu para ver quem estava atirando, mas estavam com armas de grosso calibre. A gente ouviu as rajadas de tiros. Foram uns 30 segundos que pareceram uma eternidade", comentou o analista. O carro de Monteiro, que estava estacionado na Rua Izabel Guilhen Garcia, foi atingido por três tiros. Um dos disparos acertou um dos vidros e saiu pelo teto do carro. Os buracos de bala nas paredes do bar dão uma noção do poder de fogo dos atiradores.

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"De dentro do bar não conseguíamos dimensionar a gravidade da situação. Ligamos para a Polícia Militar, que mandou uma viatura. Na rua era um silêncio sepulcral. A primeira sensação é de sair para ajudar quem estava ferido, porque a gente só ouvia os gritos. É uma sensação de impotência muito grande", disse o Monteiro.


Meia hora antes, um tiroteio em um bar na Rua Serra dos Pirineus, no Jardim Bandeirantes, zona oeste, matou uma moça de 18 anos e deixou dois jovens gravemente feridos. Os responsáveis teriam passado pelo local em um carro e atirado contra as vítimas, que ficaram feridas no interior do estabelecimento.

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Adriana Rodrigues foi atingida por diversos disparos e morreu na hora. Hiran Felipe dos Santos, 20 anos, e Willy Cavalari Pain, 23 anos, foram socorridos pelo Siate e levados, com ferimentos graves, para o Hospital Evangélico.


Ícaro Farias Araújo, 18 anos, foi encontrado morto dentro de uma residência na Rua Henrique Brunelli, no Conjunto Avelino Vieira, na zona oeste. Segundo informações da PM, ele estaria sendo perseguido por um grupo que teria entrado na casa e atirado contra ele. Ainda conforme os policiais, a dona da casa negou conhecer a vítima. De acordo com ela, o rapaz teria entrado na residência na tentativa de fugir dos agressores. O jovem levava uma mochila com roupas e pertences pessoais. O corpo de Araújo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Londrina.

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Municípios vizinhos também registraram mortes


Em Arapongas, José Renato Pavanelo Cavalaro, 23 anos, foi morto com um disparo de arma de fogo na cabeça, na Rua Urutal Castanho, no conjunto Araucária, por volta das 21 horas de sexta-feira. Segundo informações da Polícia Militar, o rapaz foi localizado em via pública por populares, que acionaram a Guarda Municipal e o Samu. Socorristas foram até o local do crime, mas Cavalaro já estava morto. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Apucarana.


Em Ibiporã, um jovem de 19 anos, suspeito de assaltar uma caminhonete em Sertanópolis, no final da noite de sexta-feira, foi morto em confronto com a Polícia Militar, em uma estrada rural de Ibiporã, no início da madrugada de ontem.

Conforme informações da PM, o rapaz teria cometido o assalto com a ajuda de mais dois homens e fugido em direção à Ibiporã. Policiais militares de Sertanópolis teriam abordado o trio em uma estrada rural. Miguel Alvarenga morreu após ser alvejado por diversos disparos de arma de fogo. Os outros dois suspeitos conseguiram escapar para o meio de um matagal e estão sendo procurados pela polícia. (A.M.P com Portal Bonde)


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