A Polícia Penal do Paraná utiliza diversas ferramentas para mais eficácia nas operações policiais. Uma dessas práticas é o uso de cães, também conhecidos por “K9”, que desempenham papéis cruciais, principalmente nas buscas no interior das unidades prisionais. A entidade tem 20 agentes caninos das raças pastor belga malinois, pastor alemão e rottweiler, escolhidos através de uma seleção rigorosa, e treinados semanalmente para as atividades policiais.
Eles são divididos em quatro unidades do Setor de Operações Especiais (SOE) nas cidades de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu e três subgrupos: cães de faro, que desempenham a função de busca por entorpecentes, armas de fogo e munições; cães de proteção, que apoiam as equipes policiais em situações de crise; e os cães de busca e captura de pessoas, que são utilizados na procura por evadidos.
E os resultados são extremamente positivos. Em 2023, a Polícia Penal contabiliza 93 registros de ações com cães como proteção aos servidores; 10 registros de inspeções penitenciárias; 25 operações para detecção de ilícitos; e dois registros de inspeções em cadeias públicas.
Leia mais:
Homem saca R$ 2.800 em Arapongas e é assaltado na saída de banco
Operação Pindorama prende quatro pessoas em ação de combate ao tráfico de drogas em Londrina
Senado aprova criação de cadastro com dados de condenados por crimes sexuais e texto vai à sanção
Policiais do 2ºBPM lamentam a morte de Tróia após oito anos de trabalho no Norte Pioneiro
Os cães da Polícia Penal também atuaram em ações fora do sistema prisional. Uma delas foi a Operação Safra Segura, com 45 dias de atuação, que envolveu também 14 policiais penais e cinco cães. Foram 353 abordagens e inspeções, sendo 170 em caminhões, 160 em automóveis, 21 em ônibus e duas em motos. Os "agentes caninos" também atuaram na Operação Efeito Dominó, deflagrada nas cidades de Nova Londrina e Marilena, auxiliando na localização de dois quilos de crack e cocaína, além de dinheiro e celulares.
O policial penal Rodrigo Nieri da Costa, da equipe K9 do SOE de Maringá, diz que os cães ajudam muito na atividade policial. “O número de células olfativas em um cão é mais de dez vezes maior do que em um ser humano. Desta maneira, ele consegue localizar através do odor objetos que nós humanos teríamos muita dificuldade para encontrar”, aponta. Estima-se que um cão utiliza 30% menos tempo do que um humano em um trabalho de busca.
O primeiro passo para a utilização deles em ações policiais é o adestramento. Os filhotes passam por uma adaptação com os ambientes e ruídos no qual ele possivelmente terá contato durante a atuação no trabalho. Cada condutor é responsável pelo adestramento do seu cão e, em média, o treinamento dura aproximadamente 14 meses para os cães direcionados para atuar como farejadores e 24 meses para os cães que atuam na função de proteção.
“Os cães recebem treinamentos especializados, envolvendo obediência básica e simulações de possíveis cenários, para então chegar ao nível adequado para iniciar os trabalhos. A preparação do cão requer bastante cuidado. Somos uma força policial nova, e nos inspiramos na utilização dos cães por outras forças para melhorar a atuação todos os dias”, explica a policial penal Barbara Nunes, do Setor de Operações Especiais (SOE) de Piraquara.
Após ficarem alguns anos atuando na segurança pública, eles costumam se aposentar com 8 ou 9 anos de idade, em média. Esse processo pode acontecer inclusive antes caso seja observado alguma mudança de comportamento ao longo do período.