Sete pessoas foram presas pela PCPR (Polícia Civil do Paraná) na manhã desta quarta-feira (5), no âmbito da Operação Santos Dumont, que desmantelou uma quadrilha especializada em assaltos de grande valor que roubou US$ 210 mil (equivalente a R$ 1,125 milhão hoje) de um empresário no aeroporto 14 Bis, em Londrina, em agosto de 2023.
Os mandados foram cumpridos simultaneamente em Londrina, Cambé, Curitiba e Alvorada do Sul, no Paraná, e em Assis, Tarumã e Bady Bassit, em São Paulo. Além dos seis presos preventivamente por conta dos mandados, uma sétima pessoa foi detida por posse ilegal de arma de fogo. A operação também determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de veículos, bens e valores ligados aos investigados.
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WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
O crime que originou a investigação aconteceu em 30 de agosto de 2023, quando três indivíduos, vestidos com uniformes falsos da Polícia Civil, renderam as vítimas no estacionamento do aeroporto 14 Bis, na Zona Norte de Londrina, e roubaram a quantia em dólares, além de celulares e um computador. Logo após o crime, um dos assaltantes foi morto em confronto com a Polícia Militar, que apreendeu a arma utilizada, o veículo usado na fuga e o telefone celular do suspeito.
Segundo o delegado Matheus Prado, responsável pelo caso, a análise pericial do aparelho foi fundamental para identificar os demais envolvidos. “As investigações demoraram muito para serem concluídas, em razão da complexidade das informações que foram encontradas naquele aparelho de telefone celular, e ali ficou evidenciado quais eram os indivíduos que estavam envolvidos nessa prática delitiva”, afirma.
A perícia descobriu um grupo de WhatsApp chamado Operação Felicidade, criado pelos autores para tratar da execução do crime. Foi a partir das conversas que a PCPR chegou aos mentores intelectuais e outros participantes da ação ilícita.
Os seis presos preventivamente responderão por roubo e organização criminosa. Durante as buscas, foram apreendidos armas, drogas, pedras preciosas e documentos falsos. Parte das armas tinha registro, mas outras eram ilegais.
De acordo com o delegado, há indícios de que o grupo mantinha empresas de fachada, como revendas de veículos e lojas de conveniência, para lavar o dinheiro obtido em ações criminosas. Prado afirma que não foi possível rastrear a destinação da quantia roubada, por ser em dinheiro vivo, mas que as provas apontam para atividades comerciais utilizadas para disfarçar a origem dos recursos.
Ele também revela que o grupo tinha acesso a informações privilegiadas sobre o transporte de grandes quantias de dinheiro, joias e bens. “Eles tinham informações privilegiadas acerca desses valores e vinham sempre articulando planos criminosos para efetuar a subtração dessas quantias e valores na cidade.”, disse.
Vítima também é investigada
As investigações apontam que o dinheiro roubado poderia ter origem ilícita. A suposta vítima, que se apresentava como empresário do ramo de softwares, também é alvo de investigação e teve a residência vasculhada em São Paulo. “As mensagens mostram que ele foi atraído ao aeroporto por um falso cliente, que enviou a mesma localização para os executores do crime”, relata o delegado.
Segundo Prado, há suspeitas de que o empresário transportava o dinheiro a mando de terceiros e que o valor seria levado para Ciudad del Este, no Paraguai, onde seria depositado em um banco.
Com o material apreendido nesta quarta-feira, a PCPR deve aprofundar a apuração sobre a estrutura e o alcance da quadrilha. De acordo com o delegado, os celulares e documentos recolhidos passarão por perícia para identificar outros integrantes e possíveis conexões com crimes semelhantes ocorridos nos últimos meses.