As negociações com os rebelados da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) II, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), avançam para a tarde deste sábado (13). Os detentos já liberaram um dos dois agentes reféns e o outro deve ser solto após a confirmação das transferências dos presos.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que acompanha a ocorrência, disse que sete presos do chamado seguro, onde ficam ex-policiais e condenados por estupro, também foram rendidos. A Seju não nega a possibilidade, no entanto, não sabe precisar um número. O local possui 1108 vagas e abriga 1110 pessoas. Por enquanto, não houve registro de mortos ou feridos.
O motim, quarto verificado no Estado nos últimos 30 dias, teve início por volta das 15h30 de ontem, na nona galeria do terceiro bloco da unidade, que abriga 300 presos. Oficialmente, a Seju contou que apenas um grupo pequeno, de aproximadamente 18 amotinados, estava envolvido. O Sindarspen e a comissão da OAB, contudo, falaram que a quantidade de rebelados cresceu, ultrapassando 200. Familiares afirmam que de fora do prédio é possível ouvir gritos e observar colchões serem queimados.
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O incidente começou no momento em que o governo do Estado e o Sindarspen se reuniam no Palácio das Araucárias, em Curitiba, para tratar da pauta de reivindicações da categoria, que inclui mais segurança e melhores condições de trabalho. Conforme o sindicato, na quarta-feira os profissionais devem votar, em assembleia, o indicativo de greve. Desde dezembro de 2013, já foram registradas 19 rebeliões no Estado, sendo quatro apenas neste mês. As últimas aconteceram em Cruzeiro do Oeste, Guarapuava e Cascavel, com cinco presos assassinados (todos em Cascavel) e um total de 25 feridos.
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que desde as primeiras horas da rebelião na PEP II foi constituído o Gabinete de Gestão de Crises, na sede da pasta, e que o órgão "não vai admitir atos de barbárie no sistema penitenciário paranaense". Além da Seju, da Sesp, da OAB e do Sindarspen, representantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e do Departamento de Execução Penal (Depen) participaram das negociações de ontem.
Durante evento de campanha na sexta-feira, o governador Beto Richa (PSDB) atribuiu a realização de rebeliões no Estado a um "movimento orquestrado". Sem entrar em detalhes, ele afirmou que as cadeias onde ocorreram motins tinham sobras de vagas e que a Polícia Civil estaria investigando a situação. O tucano também prometeu, se reeleito, acabar com todas as carceragens em delegacias de polícia, mediante a construção ou ampliação de 20 unidades prisionais, além da contratação de mais dez mil policiais.
(Atualizada às 15h23)