A telefonista da Secretaria de Educação de Cambira, município com pouco mais de sete mil habitantes situado no Vale do Ivaí, região de Apucarana, tomou um grande susto ao receber uma ligação na manhã desta sexta-feira (28). Do outro lado da linha, um homem afirmou que iria entrar atirando no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Pequeno Príncipe, onde a sua ex-esposa trabalha como professora.
Assustada, a servidora comunicou o secretário de Educação de Cambira, Felipe Augusto Zani, que chamou a Polícia Militar e relatou as ameaças. Os agentes foram até a creche e perceberam que a mulher alvo do agressor, assim como os alunos, seguiam normalmente a rotina de sala de aula. A vítima foi chamada na direção da unidade e confidenciou que começou a ser constantemente ameaçada depois que se separou.
Os policiais encontraram o rapaz de 32 anos, identificado como Ronan César Garcia, trabalhando na construção de uma casa no distrito de Pirapó. Na delegacia, confessou que havia ameaçado a ex-mulher, mas negou ter ligado na Secretaria de Educação planejando o atentado no CMEI. "Ficamos casados por sete anos. Fiquei nervoso com a separação porque ela supostamente estava me traindo", disse ao delegado Marcus Felipe da Rocha Rodrigues.
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A vítima também prestou depoimento. "Eu me separei porque ele é usuário de drogas. Nosso casamento até que foi bom, mas chegou a um ponto que ficou insustentável. Ele até já trocou nossos eletrodomésticos por maconha. Não dava pra ficar mais junto", explicou. Ouvido pela Polícia Civil, o secretário de Educação afirmou que, assim que soube da ligação, já desconfiou se tratar de Ronan.
Segundo a polícia, a mulher registrou quatro boletins de ocorrência somente em junho contra o ex-marido. Em um deles, que o Bonde teve acesso, contou que ele furou os pneus de seu e teria passado "várias vezes" na frente da creche "tentando intimidá-la".
Ronan Garcia foi autuado por descumprimento de medida protetiva e continua preso na cadeia de Apucarana.