Polícia

PF investiga quadrilha suspeita de fraudar o PIS; duas mulheres já foram presas

05 nov 2015 às 11:01

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar denúncia de que a região de Londrina estaria sendo alvo de uma quadrilha especializada em fraudar o PIS. A apuração teve início da terça-feira (3), após uma mulher ser presa em uma agência da Caixa Econômica Federal de Ibiporã tentando sacar o benefício com carteira de identidade e cartão falsificados. Outra mulher foi detida na quarta (4), na mesma agência, também tentando ter acesso ao PIS com documentos falsos. "Há a informação de que elas ficariam com 10% dos R$ 788 que seriam sacados e o restante acabaria entregue aos líderes da quadrilha", contou o delegado da Polícia Federal em Londrina, Homero Cantello de Souza, em entrevista ao Bonde nesta quinta-feira (5).

A agência de Ibiporã, conforme as investigações, já havia sido alvo de pelo menos três saques irregulares por parte da quadrilha nas últimas semanas. No entanto, a fraude só foi descoberta na terça, após a prisão da primeira mulher.


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Conforme ele, "tudo leva a crer que todas as ações registradas foram realizadas pela mesma organização criminosa". Ainda segundo o delegado, nenhuma das mulheres presas quis revelar detalhes do esquema em depoimento. "Elas disseram que só vão falar em juízo", afirmou.


Nos dois casos, de acordo com Souza, as mulheres usavam documentos falsos de moradoras de estados do Nordeste. "A primeira foi presa com identidade e cartão de alguém do Pernambuco, e a segunda com a documentação de uma pessoa da Bahia", informou.


As mulheres vão responder por falsificação de documento e uso de documentação falsa, e podem pegar até seis anos de prisão. As duas seguem detidas no 3º Distrito Policial (DP) de Londrina.


Esquema


De acordo com o delegado, os líderes da quadrilha precisam ter acesso a informações privilegiadas para aplicar a fraude. "Eles conseguem os dados, confeccionam os documentos falsos e os repassam para essas pessoas irem até as agências retirar o benefício", explicou.


O contato com os intermediários é breve, como detalhou Souza. "Eles não passam nenhum dado pessoal, como nome ou endereço, justamente para evitar que essas pessoas, caso sejam detidas, informem a polícia sobre o paradeiro da quadrilha", observou.

Na avaliação do delegado da PF, o valor de R$ 788 pode parecer irrisório quando computado "sozinho", mas se torna um grave problema quando a quadrilha passa a lesar diversos trabalhadores. "Se a organização fraudar dez benefícios, por exemplo, são dez pessoas prejudicadas e uma quantidade de dinheiro expressiva desviada dos cofres da União", argumentou.


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