Sete pessoas foram presas nesta quarta-feira (12), durante o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos no âmbito da Operação 14 Bis, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em Londrina. As investigações miram uma quadrilha de tráfico internacional que utiliza aeronaves de pequeno porte para movimentar a droga dentro do Brasil, utilizando-se de pistas clandestinas em áreas rurais.
Foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva a serem cumpridos nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Amazonas. A Justiça Federal também determinou o sequestro e indisponibilidade de bens e valores pertencentes aos investigados
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Três pessoas foram presas em Londrina e um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina). De acordo com o delegado Daniel Martarelli da Costa, o grupo utilizava as regiões Norte do Paraná e o Oeste Paulista para o planejamento das rotas do tráfico, devido à proximidade com a fronteira paraguaia.
As investigações começaram após a interceptação, pela FAB (Força Aérea Brasileira) de um avião de pequeno porte que pousou em uma pista de uma usina alcooleira na zona rural de Sandovalina (SP). Na ocasião, foram apreendidos 500 quilos de cocaína.
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Após a interceptação, afirma o delegado, houve mudanças nas rotas, que passaram a ser operadas também na Região Norte - uma das lideranças do grupo foi detida em Roraima. “Eles se utilizam de pilotos que estão acostumados a voar em garimpo ilegal, no Norte do país, e que acabam sendo aliciados para o tráfico de drogas”, explica Costa.
Drogas para exportação
De acordo com o delegado, as investigações indicam que, após a mudança das rotas para a região Norte, a droga passou a ser buscada em países como a Venezuela e Peru e introduzida no Brasil pelo Amazonas, Roraima e o Pará. “Geralmente, essa droga que entra pelo norte, tem destino para exportação. Ela pode ‘subir’ tanto para Suriname, Guatemala e para a América Central ou, eventualmente, para os portos do Pará ou da região Nordeste”, explica.
A adoção de aviões para o transporte das drogas se dá porque dificulta a fiscalização, já que voam em baixas altitudes e sem planos de voo, além de poder ter uma carga maior, de até 500 quilos - o que não seria possível com helicópteros. “Para a descarga, os pilotos se utilizam de pistas precárias, de usinas e fazendas sem conhecimento das pessoas, então é um modal que vem sendo muito utilizado por conta disso”, continua Costa.
Durante as bucas na região de Londrina, foram apreendidos, além de documentos e aparelhos eletrônicos, várias munições de fuzil calibre 380. Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa.