Polícia

Norte do Paraná: polícia descobre túnel que sairia em quartel do Corpo de Bombeiros

12 abr 2016 às 15:53

Superlotada e sem transferências de presos há dois anos, a carceragem da Delegacia de Ivaiporã (110 km ao sul de Apucarana) assistiu, nesta terça-feira (12), a mais um episódio decorrente da sua falta de estrutura: os investigadores da Polícia Civil descobriram, na madrugada, um túnel de aproximadamente 10 metros que sairia no quartel do Corpo de Bombeiros. Atualmente, a delegacia abriga 145 internos em um espaço capaz de receber apenas 40. Cerca de 60 estão condenados e mesmo assim seguem nas celas.

De acordo com o delegado Gustavo Dante da Silva, responsável pela unidade, o plantonista que assumiu o serviço na noite de segunda-feira (11) percebeu uma movimentação estranha por volta das 23h30. Ele acionou os colegas, que montaram um cerco no quarteirão enquanto aguardavam a saída dos presos. Às 5h30 de hoje, os detentos pararam a escavação e foram surpreendidos pelos investigadores e por equipes da Polícia Militar (PM). "Eles estavam a poucos centímetros de sair. Se não tivéssemos agido nesta madrugada, seguramente teríamos a fuga de pelo menos 50 internos", calcula Silva. Mesmo com a fuga frustrada, nenhum tumulto foi registrado.


Reprodução/WhatsApp Grupo Folha


Desde a manhã, a carceragem passa por reformas realizadas às pressas para isolar a cela onde o túnel foi iniciado. "Estamos retirando a terra e os escombros. Apesar de cuidar de presos não ser a nossa função, estamos trabalhando até de pedreiros para tentar normalizar a situação o mais rápido possível. É um transtorno muito grande, hoje paramos todo o nosso trabalho por causa disso", lamenta o delegado. Enquanto os reparos não terminam, todos os presos estão isolados em uma área da delegacia. Os trabalhos devem ser concluídos até as 20h.


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Silva também cobra respostas das autoridades e do Governo do Paraná. "Nossa função é estar nas ruas, investigando. A falta de estrutura nos obriga a ficar cuidando de presos, o que legalmente não é o nosso trabalho. Fazemos tudo isso porque queremos ajudar a sociedade a melhorar, mas a realidade é que a nossa delegacia, como várias outras, é um verdadeiro barril de pólvora. Faz dois anos que não conseguimos transferências, nem mesmo dos já condenados", critica.

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