A 1ª Vara Criminal de Londrina deu início nesta quarta-feira (20) à série de audiências relacionadas ao caso do policial militar Bruno Carnelos Zangirolami, acusado pelo Ministério Público de envolvimento na morte de um adolescente de 17 anos em junho deste ano na zona sul da cidade. O crime aconteceu em frente ao Colégio Estadual Maria José Balzanelo Aguilera, no Conjunto Cafezal. O PM responde o processo em liberdade.
Segundo as investigações da Polícia Civil, a vítima estava fumando maconha com mais dois amigos perto da escola. O policial, que residia
em uma dependência nos fundos da instituição de ensino, optou pela abordagem. Ele teria sacado a arma e atirado no chão, mas o projétil ricocheteou na calçada e atingiu o estudante. Ele morreu no local. Nesta quarta, os dois colegas do adolescente morto foram ouvidos pela
Justiça, além de um capitão da Polícia Militar e a esposa de Zangirolami.
O interrogatório do réu foi remarcado para o dia 22 de novembro. Para o advogado do PM, Eduardo Mileo, "a audiência mostrou que o servidor agiu bem". Ele pontuou que os depoimentos dos amigos que presenciaram o homicídio foram "confusos, já que nenhum soube detahar a distância que o policial estava antes de atirar".
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Conforme Mileo, o disparo efetuado foi "de advertência, viável e necessário para aquele momento". A defesa ainda vai arrolar dois PMs ao longo do processo. A versão foi refutada pelo advogado da família do adolescente assassinado, Mancini Júnior. "Pelos que os colegas dele disseram, ficou demonstrada que a atitude do policial poderia ser evitada. A condenação é o único caminho", afirmou.
Com o interrogatório remarcado para novembro, Júnior espera que a sentença da juíza Elisabeth Kather saia até o final do ano. A mãe da vítima, Cristiane Sartori, compareceu ao Fórum, mas acabou dispensada. Em rápida conversa com a reportagem pelo telefone, ela disse que "a dor da perda do filho é muito grande". A morte do adolescente motivou um protesto pacífico de familiares, amigos e professores em frente ao colégio do Cafezal. Na ocasião, faixas e cartazes denunciando a postura do policial foram estampadas no muro e postes da Rua Tarcisa Kikuti.
Em julho, a Justiça restringiu o porte de arma de Bruno Carnelos Zangirolami. Ele também só poderá exercer funções administrativas em destacamentos da Polícia Militar.