O MPPR (Ministério Público do Paraná), por meio do Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrou nesta quinta-feira (30) a Operação Las Vegas, com o cumprimento de 23 mandados de busca e apreensão em Londrina (12), Cambé (região metropolitana de Londrina, 2), Goiânia-GO (3), Brasília-DF (1), Itapema-SC (4) e Balneário Camboriú-SC (1), além de três mandados de prisão e 14 de imposição de medidas cautelares diversas da prisão.
Segundo o MPPR, a investigação visa uma organização criminosa com atuação nacional na exploração de jogos de azar e na prática de usura e lavagem de dinheiro. As medidas judiciais foram deferidas pelo juízo da 5ª Vara Criminal de Londrina. A ação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal – houve cumprimento de mandado de busca e apreensão contra um servidor da instituição.
O líder do esquema criminoso foi preso em 2011 na Operação Jogo Sujo II, do Gaeco, mas continuou operando jogos ilegais e ampliou o esquema criminoso, passando a atuar em todo o Brasil.
"Ele atuava e ainda atua na região de Londrina como banqueiro, mas ele desenvolveu uma plataforma tecnológica para gestão e exploração de jogos de azar e fornecia essa solução tecnológica a outros banqueiros, de modo que ele passou a atuar a nível nacional", detalha o promotor de Justiça Leandro Antunes Meirelles Machado.O dinheiro obtido com as práticas ilícitas era lavado por meio de três locadoras de veículos, o que possibilitava, inclusive que outros criminosos (condenados por tráfico, receptação e furto) se beneficiassem dessas empresas “lavando” dinheiro com a aquisição de veículos de luxo.
Nesse esquema, eram utilizadas empresas de fachada em nome dos próprios investigados e de “laranjas”. A organização criminosa contava até mesmo com uma lotérica para a ocultação de valores ilícitos. Outro modo de dissimular os ganhos era a aquisição de imóveis de altíssimo padrão e de cotas de consórcio, bem como movimentações de dinheiro em espécie.
Foi determinado ainda o bloqueio de sites de apostas e sistemas on-line de gestão de jogos ilegais hospedados no Brasil e no exterior, o bloqueio de páginas do Instagram e do YouTube - que faziam apologia a esses jogos ilegais, o sequestro e a restrição de circulação de 236 veículos automotores e o sequestro de 18 imóveis e de valores em dinheiro. O montante a ser bloqueado nas contas bancárias dos investigados chega a quase R$ 150 milhões.
O líder do esquema criminoso e outros familiares investigados fugiram para os Estados Unidos no dia 17 de novembro de 2023, três dias após o Gaeco deflagrar a Operação Engenho, que culminou com a prisão de ao menos dois integrantes da organização, responsáveis por controlar o setor de lavagem de dinheiro do grupo. Ao menos quatro investigados, todos pertencentes ao núcleo familiar do líder, seguem como refugiados nos Estados Unidos.