A chapa do prefeito eleito em Santana do Itararé, município do Nordeste do Paraná, Calé (PSD), está sendo investigada por compra de votos e abuso de poder econômico na 20ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
Na última segunda-feira (25), o prefeito e vice eleitos foram alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal.
Segundo informações, o então candidato a vice, Joás Ferraz Michetti, e os integrantes oficiais da campanha Gilmar Egidio Pereira e José Guimarães de Almeida Netto teriam sido flagrados negociando votos em troca de dinheiro, transferências Pix e outros benefícios.
Os investigados foram eleitos pela chapa Unidos por Um Novo Amanhã, composta por PSD, Republicanos, PL e PDT.
“Joás falou que pagava quantos eu quisesse para mudar de lado”, admite uma eleitora que apresenta o comprovante de uma transferência por PIX feita pelo vice-prefeito eleito em 7 de outubro, dia seguinte da votação.
As provas foram reunidas na AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) nº 0600594-12.2024.6.16.0020, que corre em segredo de justiça, apresentada por José Izac, atual prefeito que concorreu com Élcio Vidal (Calé) em sua tentativa de reeleição, e pelo candidato a Vice Prefeito Joaquim da Silva.
Os autores da ação eleitoral conseguiram fazer em cartório diversas provas e registros de negociações que Joás Michetti fez por WhatsApp e foram seguidas de transferências Pix que partiram da conta bancária do próprio candidato e de Gilmar Pereira.
Por sua vez, o acusado José Guimarães foi flagrado por eleitores entregando dinheiro e pagando cerveja enquanto pedia votos para “Calé e Joás”.
Após a vitória da coligação Unidos por Um Novo Amanhã, Calé nomeou Gilmar Pereira e José Guimarães integrantes da equipe de transição da prefeitura.
Denunciantes ainda relatam distribuição de cestas básicas, doação de camisas para times de futebol, uso de foguetes e utilização de bandeiras próximo aos locais de votação. Foi solicitado à Justiça Eleitoral a quebra de sigilo bancário e telemático dos acusados, além da apreensão de aparelhos celulares para aprofundar as investigações. O Ministério Público está acompanhando os fatos.
Também há suspeita de coação contra os denunciantes e as provas estão sendo coletadas para serem anexadas à denúncia e encaminhadas para a Polícia.