Um casal foi preso por tráfico na manhã desta sexta-feira (13), em uma operação da Polícia Civil para levantar provas do possível homicídio de Bruna Cordeiro Gomes, desaparecida desde o início de março, e que teria ligação com a venda de drogas na região dos bairros Santa Fé e Monte Cristo, na zona leste.
As informações iniciais dariam conta de que ela teris sido assassinada por dívida com traficantes, mas as investigações apontam para outro caminho, também ligado aos entorpecentes.
De acordo com o delegado João Batista Reis, o casal preso estaria morando na casa de um dos suspeitos de participar do homicídio e ocultação do corpo de Bruna. O flagrante ocorreu durante cumprimento de mandado de quatro mandados de busca e apreensão. Na casa em que o casal morava, foram encontrados R$ 8,3 mil em dinheiro, 474 pedras de crack, balança de precisão e embalagens para as drogas.
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O dono da casa não estava no local porque se esconde de uma disputa por território de drogas na região. Nenhum suspeito pelo homicídio foi preso.
Homicídio ‘macabro’
Bruna Cordeiro está desaparecida desde o início de março e, para a família, ela teria sido morta por dívidas com o tráfico. Entretanto, segundo o delegado João Reis, o motivo é “um pouco cabuloso e macabro”.
De acordo com o delegado, Bruna, que seria usuária de drogas e permitia o comércio em sua casa, também emprestava a residência, em troca dos entorpecentes para consumo, para uma pessoa envolvida com o tráfico, que era casado, ter encontros amorosos com a mulher de outro traficante. “Isso [relacionamento com mulher comprometida], no mundo do crime, é chamado de ‘talaricagem’ e não é perdoado”, explica o delegado.
A certa altura, a esposa do homem que usava a casa de Bruna desconfiou ser ela a amante e lhe agrediu. “Depois que ela levou a surra, ficou assustada e este indivíduo ficou com medo que a Bruna contasse para a esposa dele ou para alguém no bairro o motivo pelo qual ela tinha sido agredida. Este indivíduo, com receio de ser morto pelo marido traído, porque é ‘talarico’, acabou resolvendo matar a Bruna, juntamente com mais duas pessoas, e recebeu autorização do chefe do tráfico daquela região”, explica Reis.
O corpo havia sido enterrado na mesma região, mas, devido às buscas de policiais e bombeiros pelos restos mortais, o chefe do tráfico teria ordenado que ela fosse removida dali, para deixar de chamar a atenção das autoridades.