Os delegados Fernando Amarantino Ribeiro, chefe da 10ª SDP (Subdivisão Policial), e Vitor Dutra de Oliveira, de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), concederam uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (9) para detalhar as investigações que levaram à prisão de João Victor Rodrigues, 24, conhecido como Vitinho, apontado como autor do latrocínio de Marley Gomes de Almeida, 53, e sua neta Ana Carolina Almeida Anacleto, 11, em Jataizinho (RML), na madrugada do dia 22 de março.
O suspeito chegou a ser ouvido pela Polícia Civil poucos dias após o crime, mas negou qualquer envolvimento nas mortes e foi liberado. Pouco tempo depois, ele teria confessado o crime para a própria mãe, que acionou as autoridades. Um primeiro suspeito, Reginaldo Aparecido dos Santos, 42, conhecido como Javali, foi preso no dia 26 de março após ser linchado pela população de Jataizinho. O pedido de revogação da prisão de Javali foi protocolado na quinta (8), mas até a tarde desta sexta o alvará de soltura não havia sido liberado pela Justiça.
“Essa é uma confissão técnica, uma confissão que foi dada com detalhes que só a pessoa que esteve no local do crime poderia dar. A própria mãe buscou a delegacia relatando que ele confessou para ela”, disse o delegado de Ibiporã.
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Vitinho teria entrado na residência de Marley para cometer um furto. Inicialmente, ele encontrou cerca de R$ 100, mas decidiu procurar outros itens. “Ele acorda as vítimas, amarra elas na casa e tenta tranquilizá-las, dizendo que posteriormente iria liberá-las. Quando está saindo, ele relata que, para que não fosse reconhecido e cobrado na comunidade, decide executá-las”, afirmou Oliveira. “No outro dia, encontraram os corpos e ele permaneceu por ali.”
De acordo com o delegado, a execução das vítimas não foi planejada, mas ele se preocupou em limpar os vestígios do local. No depoimento, segundo a polícia, Vitinho relatou que teria utilizado perfumes de Marley para limpar suas impressões digitais.
Ao longo das investigações, que foram mantidas em sigilo pela Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública), foram ouvidas 37 pessoas. Chamou atenção da Polícia Civil o histórico do suspeito. “Ainda com 16 anos, ele entrou em uma residência e entrou em luta corporal com as vítimas. Ele tem uma ficha extensa de crimes patrimoniais”, acrescentou o delegado.
A Polícia Civil disse que o jovem estava preso por tráfico de drogas em Assaí (RML) e, na data do crime, durante uma saída temporária, estava na casa da mãe, que é vizinha de Marley.
MAIS DETALHES
Desde que o caso veio à tona, chamou a atenção das autoridades uma frase escrita em sangue na casa de Marley: “Deculpa, mae. Marcos” (sic). Segundo a investigação, ele escreveu na parede como forma de se desculpar com a sua mãe e com um dos filhos da vítima, conhecido como Marquinhos.
Além disso, Oliveira destacou que Ana Carolina frequentava a casa de Vitinho e brincava com uma sobrinha do acusado. “Ele ficou com medo, ao sair [do local], e ter sua voz reconhecida pela menina”, disse.
Depois do crime, ele voltou para a penitenciária para cumprir sua pena por tráfico de drogas e, de lá, confessou o latrocínio à sua mãe. "Ele se mostrou bastante arrependido."
A reportagem não localizou a defesa de João Victor Rodrigues.
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