A PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou no Paraná, no primeiro semestre de 2025, um aumento de mais de 15% nas mortes em acidentes com a participação de caminhões. Na primeira metade do ano passado, foram 142 mortes, saltando este ano para 164. A BR-369 registrou aumento de 130%.
No cenário total de óbitos do semestre, com 302 registros, os números apontam que 54% das mortes ocorreram em sinistros de trânsito que envolveram pelo menos um caminhão. O aumento no número de falecimentos nas ocorrências envolvendo veículos de carga foi registrado mesmo com uma redução de 5% na quantidade de sinistros, o que demonstra uma maior gravidade nas ocorrências.
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Diversos tipos de sinistros são responsáveis pelo aumento, demonstrando o caráter multifatorial e complexo do trânsito rodoviário. Entretanto, por ser o tipo que mais concentra mortes, com 44% dos registros, a colisão frontal se destaca como a responsável por despertar maior preocupação. A popularmente conhecida como “batida de frente” soma a velocidade dos veículos que transitam em sentidos opostos e transfere uma gigantesca carga de energia cinética para os ocupantes dos veículos — ainda maior no caso de veículos pesados —, resultando em lesões graves e mortes. Nas mortes em colisões frontais, foi registrado um aumento de 22%, somando-se 13 óbitos aos 59 registrados em 2024.
Esses números preocupantes não significam que a culpa seja exclusivamente dos caminhoneiros. A segurança das vias é responsabilidade de todos, inclusive de pedestres, ciclistas e motociclistas, sendo necessária a adoção de comportamentos defensivos e preventivos, destaca a PRF.
“Quase metade das abordagens feitas diariamente pelos policiais rodoviários federais no Paraná é exatamente de veículos de carga”, informa o superintendente da PRF no estado, Fernando César Oliveira. “Foram mais de 70 mil caminhoneiros abordados, de janeiro a junho deste ano, fato que reflete a preocupação central da PRF com os condutores desse tipo de veículo.”
A PRF possui ações específicas para a fiscalização de veículos pesados, buscando reduzir fatores que aumentam as chances de sinistros. A Operação Serra Segura, por exemplo, fiscaliza as condições mecânicas dos veículos, com o apoio de mecânicos das concessionárias, que vistoriam aspectos gerais de freios, suspensão e pneus. No âmbito dessa operação especializada, 25% dos veículos acabam retidos e autuados por algum problema mecânico.
No primeiro semestre deste ano, 892 veículos de carga foram autuados por estarem circulando com excesso de peso. O número é ligeiramente maior que o flagrado no período de comparação do ano passado, quando 883 veículos foram autuados. O excesso de peso, além de danificar o pavimento e atrapalhar o fluxo do trânsito, sobrecarrega o sistema de freios e suspensão, aumentando o risco de sinistros. Veículos flagrados nessa condição são autuados com multa média (R$ 130,16), mais uma fração por excesso de peso aferido. Além disso, são retidos até a regularização do peso com transbordo para outro veículo.
Perfil das mortes em sinistros envolvendo caminhões
A maior parte das mortes em sinistros com participação de caminhões ocorreu em pista simples (65%), mesmo sendo esse o tipo de pista com menor participação na quantidade de sinistros (48%). O principal tipo de sinistro com óbitos foram as colisões frontais (44%), seguido por tombamentos e colisões traseiras — ambos os tipos com 10% de participação nas mortes.
A rodovia com maior registro de mortes foi a BR-277, com 37 óbitos. Mesmo sendo a mais extensa do estado, a densidade de mortes por quilômetro também é a maior. A rodovia é seguida pela BR-376 (20% do total) e pela BR-369 (14%). A BR-369 registrou aumento considerável de mortes, saltando 130%, de 10 para 23 óbitos.
A maioria de quem morre nesses sinistros são homens, com idade de 20 a 40 anos. Apenas 33% dos mortos ocupavam os caminhões, os demais ocupavam outros veículos ou eram pedestres.
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