A PCPR (Polícia Civil do Paraná) prendeu 42 pessoas durante uma operação que apurou a atuação de uma organização criminosa envolvida com tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Houve cumprimentos de ordens judiciais em Londrina, Cambé e Jataizinho e em outras oito cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo na manhã desta terça-feira (21).
Entre os presos, 36 foram capturados em cumprimento a mandados de prisão e outros seis foram autuados em flagrante por crimes como tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. Os policiais também cumpriram 48 ordens de busca que resultaram na apreensão de diversas armas, porções de drogas, documentos e celulares, que serão periciados para subsidiar novas fases da investigação. Além dos ilícitos, foram apreendidos R$ 700 mil em espécie.
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Ainda, foram cumpridas ordens de bloqueio de contas bancárias e de sequestro de 15 veículos de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões e de quatro imóveis ligados aos investigados. As medidas têm como objetivo enfraquecer financeiramente a organização e interromper as conexões que sustentam sua estrutura criminosa.
Imagens da operação mostram a apreensão de uma mala recheada de dinheiro encontrada em um dos cumprimentos de mandado em Londrina. Uma contagem prévia indica que as notas chegam a aproximadamente R$ 500 mil. Outras fotos e vídeos exibem ações com apreensão de armas de fogo e munições, notebooks, celulares e tablets.
Além dos municípios na região de Londrina, também houve cumprimento de mandados em Santo Antônio da Platina (Norte Pioneiro) e Paranavaí (Noroeste). Nos outros estados, hovue ações em Ponta Porã (MS); Bombinhas e Brusque (SC); e em Ourinhos, Hortolândia e São Paulo (SP).
Desarticulação do grupo
Mais de 350 policiais participaram da operação, com a missão de cumprir os 90 mandados, combater a lavagem de dinheiro e promover a descapitalização da organização investigada. A ação contou com o apoio das polícias militares de São Paulo e Santa Catarina e da Polícia Federal, que atuou no cumprimento dos mandados no Mato Grosso do Sul. A PCPR também empregou apoio aéreo com helicóptero, além de cães de faro nas diligências.
A investigação teve início em abril de 2024, em Jacarezinho (Norte Pioneiro). Em junho do mesmo ano, foram presos dois homens apontados como líderes do grupo. Eles foram capturados em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e os aparelhos apreendidos foram submetidos a perícia.
“Com estas prisões e as investigações que se seguiram, nós conseguimos apurar mais elementos probatórios sobre a atuação dessa organização criminosa, nos permitindo chegar à deflagração desta segunda fase da operação com foco nos membros envolvidos diretamente com a lavagem do dinheiro do tráfico de drogas”, disse o delegado Amir Salmen.
O grupo atuava trazendo drogas da fronteira do Brasil com o Paraguai e do Paraná com outros estados, como o Mato Grosso do Sul. A partir disso, fazia a distribuição no Norte e no Norte Pioneiro do Estado. As apurações também indicam que o grupo movimentou aproximadamente R$ 120 milhões desde 2021, cifra que demonstra a capacidade de infiltração e o nível de organização alcançado pela rede criminosa. Os valores foram movimentados entre pessoas e entre empresas e também na aquisição de bens, como imóveis e veículos, a fim de ocultar a sua origem.
Responsável pela investigação, o delegado Pedro Cáprio explica que a operação representa uma etapa importante do trabalho de longo prazo desenvolvido pela instituição. “O objetivo da operação foi desarticular toda a estrutura do grupo, interrompendo a distribuição de drogas, a lavagem de dinheiro e as relações que mantêm o crime organizado ativo”, afirma o delegado.
(Atualizado às 14h56)