A promotora de Justiça Tarcila Santos Teixeira, coordenadora do Naves (Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro) do Ministério Público do Paraná, informou nesta segunda-feira (14) que mais pessoas procuraram o MPPR para denunciar um homem que se valia condição de líder espiritual para cometer abusos sexuais e outros atos de conotação libidinosa contra alunas.
Pelo menos cinco mulheres já haviam registrado queixas e relatado os abusos, o que deu início à investigação contra o professor de yoga de 63 anos que foi preso na sexta (11), em Florianópolis (SC).
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“Temos uma agenda para esta semana com muitas outras que dizem ter sido vítimas. Já recebemos, no final de semana, e-mails e mensagens de outras pessoas dizendo: ‘Eu sei quem foi’, ‘Eu sei do que se trata’, ‘Eu fui vítima’", detalhou a promotora. "Vamos ser bastante céleres nessa instrução, porque temos um prazo a partir da prisão do acusado. A prisão foi motivada justamente para que as pessoas se sentissem seguras para relatar os fatos. É nítido o medo que muitas delas ainda têm”, acrescentou.
“Além dessas pessoas que estão nos procurando, temos outra lista com nomes para as quais faremos uma busca ativa, convidando-as para o acolhimento e nos colocando à disposição para ouvir suas histórias, caso assim desejem", explicou. Segundo ela, há suspeita também de casos envolvendo crianças e adolescentes. "Há indícios da prática de estupro de vulnerável, com base em relatos feitos por outras vítimas. No entanto, até o momento, não há nenhuma prova concreta, nenhum depoimento formal ou vítima identificada. Vamos buscar essas pessoas."
Ainda de acordo com Tarcila, "a maioria dos nomes indicados hoje já atingiu a maioridade, o que torna a condução do processo um pouco mais simples." O “guru” irá responder inicialmente pelo crime de posse sexual mediante fraude.
'ESTELIONATO SEXUAL'
Segundo o MPPR, o homem de 63 anos também atuava como psicanalista em uma clínica em Curitiba. O local pertencia a uma das vítimas, que alugava uma sala para os atendimentos. Há registros de que, nesse ambiente, houve a prática de crimes sexuais, mas que a maioria dos abusos era cometida em uma chácara em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, onde era a unidade principal das reuniões.
“Tudo indica a prática de fraude sexual, o que se configura como estelionato sexual. Trata-se, justamente, de um engodo, um envolvimento. Já tivemos vários casos nesse contexto, em que o líder possui uma facilidade em identificar as fragilidades das vítimas, as mazelas emocionais nas quais cada uma está envolvida. Ele se aproveita disso para gerar envolvimento e abusar da fé dessas pessoas. Muita gente pode pensar: ‘Por que permitiram?’, ‘Por que deixaram?’. Mas é importante lembrar que estamos lidando com pessoas em condição de vulnerabilidade emocional", destacou a promotora.
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