Uma semana depois da inauguração do Espaço Família do Castelo Branco, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), a área de lazer já sofreu com a ação de vândalos. O espaço destinado aos banheiros e vestiários foi pichado com a palavra “publico?” (Sic), o que foi entendido como uma crítica à cobrança de uma taxa que varia de R$ 30 a R$ 40 para o agendamento das quadras poliesportiva e de areia.
A secretária de Esportes de Cambé, Telma Gamba, explica que o espaço foi inaugurado no dia 13 de setembro e conta com uma quadra poliesportiva, arquibancada, duas quadras de areia, academia para a terceira idade, parquinho, praças internas, banheiros e pista de skate. Antes da revitalização, a área estava abandonada e era frequentada por usuários de drogas e álcool. O Espaço Família fica anexo ao Centro Esportivo do Castelo Branco.
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Cercado por grades, a área de lazer funciona das 8h às 22h e conta com zelador durante o dia e guarda no período noturno. Apesar disso, a secretária conta que vândalos invadiram o espaço na madrugada de sábado (20) para domingo (21) e picharam a estrutura destinada aos banheiros e vestiário.
O questionamento “publico?” (Sic) foi pichado na parede, o que Gamba entende como uma crítica a taxa cobrada de R$ 30 para a utilização da quadra esportiva e de R$ 40 para o uso das quadras de areia. O local ainda não conta com câmeras de segurança. A taxa, segundo ela, está prevista em decreto municipal e serve para reservar o espaço, o que deve ser feito com ao menos sete dias de antecedência.
Essa reserva é feita no site da prefeitura e serve para evitar que pessoas utilizem os espaços para outros fins e para que um mesmo grupo não utilize as quadras por longos períodos, impedindo que outras pessoas possam aproveitar. Essa cobrança já é feita em outras áreas esportivas da cidade, mas que, no local, a maioria das reclamações veio de um grupo de adolescentes, segundo a secretária. “Eles queriam que só eles utilizassem a quadra”, relata.
Quando as quadras não estão reservadas, Gamba afirma que elas ficam liberadas para a população, entretanto, por conta da má utilização das quadras de areia, apenas a poliesportiva permanece liberada. A secretária detalha que algumas crianças fizeram buracos e utilizaram a areia da quadra para fazer castelos, além de entupirem os ralos próximos a área de lavagem dos pés. “Agora a gente vai manter fechado porque o uso foi totalmente desvirtuado do esporte”, afirma. Além disso, segundo ela, alguns grupos não queriam ceder o uso para outras pessoas.
“A gente procurou fazer um espaço em que toda a família pudesse frequentar”, afirma, destacando que o lugar deve receber em breve câmeras de segurança. Ela opina que a cobrança de uma taxa para o uso das quadras é uma política que deu certo na cidade, sendo que o valor é mínimo se for dividido por todos os integrantes do grupo.
De acordo com a secretária, os casos de pichações eram frequentes em outros espaços esportivos e de lazer, o que mudou com a chegada de guardas e vigilantes, principalmente no período noturno, quando a maioria dos vândalos aproveitava para pichar.
Para quem mora na região, a cobrança de um valor para a utilização das quadras divide opiniões. Para a pensionista Laura Mendes Faiçal, 71, o valor cobrado é justo, já que só 'mexendo no bolso' das pessoas para fazer com que elas cuidem dos espaços públicos da cidade. Ela, que mora em frente ao parque, disse que é "até bonito de ver" a quantidade de pessoas que lotam o espaço nos finais de tarde, principalmente crianças.
"Isso aqui é nosso, então precisamos cuidar", afirma. Para a pensionista, quem picha um local como aquele nada mais é do que um vândalo. Além disso, ela também lamenta o fato de que há vários lixos espalhados pelo chão poucos dias após a inauguração, apesar das várias lixeiras disponíveis.
Acostumada a caminhar todos os dias na pista de caminhada do Complexo Esportivo do Castelo Branco, a aposentada Dolores Dias Guedes, 69, diz que não consegue entender a motivação de alguém em pichar o parque, já que o espaço foi feito para que as pessoas aproveitem momentos de lazer ao ar livre. "Para esse povo, nada está bom", reclama, complementando que também não vê problema em ter que pagar uma taxa para utilizar as quadras.
Por outro lado, para outro morador de Cambé, que preferiu não ser identificado, é uma vergonha a prefeitura cobrar da população uma taxa pelo fato de tudo ter sido construído com dinheiro público. Ele também disse que o neto tentou brincar na quadra, mas desistiu quando ficou sabendo do valor cobrado.
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