Os primeiros resultados da pesquisa a respeito do saneamento básico de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) foram divulgados. Os dados e informações coletadas vão ajudar a definir os próximos passos, como a regulamentação de locais para descarte de entulhos e a criação de ecopontos.
A pesquisa contou com mais de 620 respostas, sendo que 85% da participação foi feminina. Marcos Rodrigues, engenheiro ambiental do Itedes (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social), responsável pela pesquisa, explicou que a participação da população foi distribuída uniformemente entre os bairros e regiões da cidade.
Segundo a pesquisa, 77% dos participantes acreditam que o valor da tarifa de água é alto. “A maior parte da população não sabe identificar o que está incluso nessa tarifa de água, então precisamos identificar para que as pessoas entendam como isso funciona”, ressalta.
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Coleta seletiva
Em Cambé, cada habitando gera cerca de 800 gramas de resíduos por dia - a média é menor que a nacional (superior a um quilo). Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 2,3% dos resíduos sólidos domiciliares são reciclados. “Algumas pessoas responderam que não sabem ou que não tem a coletiva seletiva nos bairros em que elas residem. O primeiro passo vai ser verificar essa informação e, caso seja verídica, trabalhar para que o caminhão passe em todos os bairros da cidade”, sugere Rodrigues.
Ecoponto
Na pesquisa, uma ideia aprovada pelos participantes foi a criação de um ecoponto em um local central do bairro. “Tivemos uma resposta muito positiva sobre isso, então é algo que podemos iniciar com testes, em um ou dois bairros, e depois ir ampliando esses ecopontos”, ressalta o engenheiro.
Como sugestão, os tópicos mais comentados foram a respeito da coleta seletiva e da necessidade de discutir sobre educação ambiental, principalmente nas escolas.
Fossa séptica
Outro dado que foi levantado pelo estudo é a abrangência da rede de esgoto e as fossas sépticas. De acordo com a pesquisa, em Cambé, 81,5% das pessoas têm rede de esgoto na sua residência, mas 28,5% também dizem ter fossas sépticas também. “Com isso, a gente percebe que mesmo com a rede de esgoto, muitas pessoas também têm uma fossa nas residências”, explica Rodrigues.
Beto Amaral, secretário de Agricultura e Meio Ambiente, explica que o diagnóstico vai ajudar a prefeitura a localizar muitas coisas que precisam ser corrigidas. “Entender o ponto de vista da população é muito importante, já que é uma visão diferente da que a gente tem”, ressalta.
Roberta Queiroz, secretária de Assuntos Jurídicos, destaca a importância do estudo para o município: “ele traz informações mais fiéis de aspectos econômicos, sociais e ambientais, um prognóstico que ajuda na tomada de decisões e nas mudanças que serão feitas pelo executivo”.
As informações coletadas junto à população devem compor a revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Cambé. O plano é uma exigência da Lei 11.445, de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para as condições de saneamento básico dos municípios.