A Secretaria Estadual da Saúde descartou os dois casos suspeitos de infecção pelo vírus ebola identificados em Londrina, no norte do Estado. Uma mulher de 46 anos, que veio da Angola, e um homem de 61 anos, que veio do Togo (ambos na África), apresentaram sintomas semelhantes aos da doença, contudo foram diagnosticados com cardiopatia e malária, respectivamente.
A suspeita surgiu porque os pacientes apresentaram mal-estar após voltarem de viagem à África. Atualmente, quatro países do continente registram surtos da doença: Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria, que confirmaram 1.013 mortes e 1.848 casos já notificados.
O resultado das investigações foi apresentado durante a reunião da Comissão Estadual de Infectologia, que discutiu as estratégias de prevenção e enfrentamento contra uma possível introdução do ebola no Paraná. A reunião foi transmitida por videoconferência e teve a participação de mais de 600 profissionais de saúde de todo o Estado, entre médicos, enfermeiros, representantes de hospitais, sociedades médicas e secretários municipais de saúde.
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Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o momento é de alerta, pois o risco de introdução do ebola não pode ser desprezado. "Estamos organizando uma retaguarda de atendimento para identificar e tratar precocemente os casos suspeitos", destacou.
SUSPEITA – Será definido como caso suspeito todo paciente que apresentar febre alta e sintomas de hemorragia em até 21 dias após retornar de um dos quatro países africanos com surto. "A pessoa deve procurar o pronto socorro mais próximo e informar que viajou à África. Desta forma, a Secretaria da Saúde será notificada e o protocolo de atendimento será aplicado imediatamente", disse o superintendente.
O período de 21 dias é utilizado por conta do prazo de incubação do vírus da doença. Ou seja, o paciente pode manifestar sintomas em até três semanas após a infecção.
TRANSMISSÃO – Diferente de outras doenças, o paciente com ebola só começa a transmitir o vírus depois de apresentar os primeiros sintomas. "Isso ressalta a importância da pessoa procurar atendimento médico imediatamente após se sentir mal. Com isso, poderemos evitar novas transmissões", explica a médica e coordenadora do CIEVS-PR, Mirian Woiski.
ASSISTÊNCIA – Depois do primeiro atendimento, o paciente será encaminhado através do Samu para um dos hospitais inicialmente indicados como referência: Hospital Regional do Litoral (Paranaguá), Hospital de Clínicas da UFPR (Curitiba), Hospital do Trabalhador (Curitiba) e Hospital Municipal de Foz do Iguaçu. A Secretaria da Saúde também está trabalhando para propor a indicação de mais três hospitais, um em Londrina, um em Maringá e outro em Cascavel.
A rede assistencial foi definida para que houvesse um hospital de referência em cada macrorregião do Estado. Além disso, nos casos dos Hospitais Regional do Litoral e Municipal de Foz do Iguaçu, os serviços foram escolhidos devido ao risco de introdução do vírus pela fronteira e pelo Porto de Paranaguá e Antonina.
Atualmente, a doença não tem cura comprovada e por isso o tratamento auxilia na manutenção do quadro clínico do paciente. Nas próximas semanas, o Ministério da Saúde deve divulgar um protocolo completo sobre o manejo clínico dos casos suspeitos de ebola.
Todos os casos devem ser notificados ao CIEVS-PR por meio do telefone 0800 643 8484, ou pelo site www.saude.pr.gov.br (banner notifique aqui). O material biológico para exames será coletado e encaminhado ao Instituto Evandro Chagas, no Pará.