O prefeito de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), Conrado Scheller, publicou, no dia 6 de agosto, um vídeo em que "se transforma" no jornalista Luiz Carlos Alborghetti (1945-2009) e quebra um fax - aos moldes de como o apresentador paranaense fazia -, tudo para divulgar nas redes sociais a insatisfação com uma empresa que não cumpriu o contrato com a prefeitura do município para construir um parquinho.
No vídeo, Scheller mostra como ele reagiria à situação caso fosse o jornalista famoso por apresentar programas policialescos. "Dá uma olhada nesta situação aqui. Se eu fosse o Alborghetti, o que será que eu falaria?", disse, mostrando o local em que o parque deveria estar pronto.
"Ah, o senhor é o empresário que ganha licitação, assina contrato e não entrega o parquinho em Cambé? E ainda quer reajuste de preço? Empresário irresponsável! Vai sentar no colo do capeta", interpretou o prefeito, fazendo referência a Alborghetti.
Em seguida, voltando ao local que motivou a crítica, ele explicou a situação. "Como eu não sou o Alborghetti, vou trabalhar essa questão de uma maneira mais educada. Os empresários de Cambé têm que saber que aqui tem lei. Aqui já era para ter um parquinho. A prefeitura fez a base em alguns bairros, mas o empresário joga o preço lá embaixo na hora de negociar e depois não entrega o que foi combinado."
De acordo com Scheller, a empresa vencedora da licitação foi multada e impedida de participar de novos projetos.
Contrato de R$ 1,5 milhão
De acordo com a Prefeitura de Cambé, o município rescindiu o contrato com a empresa que havia vencido a licitação para o fornecimento e instalação de cinco brinquedos em parquinhos. Estavam previstas estruturas de mini playgrounds tipo castelo, com escorregador, túnel, desenhos de tijolos, torres e janelas, para faixa etária de um a três anos. Os brinquedos estavam orçados no valor total de R$ 1,495 milhão, máximo de R$ 299 mil por unidade, e prazo total de execução de 60 dias. As estruturas seriam instaladas em pontos diferentes do município, como no fundo de vale da Morada do Sol.
A empresa, com sede localizada no interior de São Paulo, venceu a licitação com proposta de R$ 146,7 mil por unidade. No entanto, nunca começou a instalação das estruturas.
Os representantes da empresa enviaram, em dezembro de 2024, um pedido para extensão do prazo de fornecimento, que inicialmente era de 60 dias. Posteriormente, em janeiro de 2025, solicitaram um reajuste de 25% do valor global do contrato, alegando desvalorização cambial que dificultava no fornecimento de matérias-primas. O não reajuste do valor, segundo a empresa, inviabilizada o fornecimento e resultaria em rescisão contratual por desequilíbrio financeiro. O pedido, segundo a prefeitura, foi indeferido pela falta de comprovação e contradições, já que anteriormente, o pedido foi de aumento do prazo.
Em fevereiro de 2025, a Secretaria de Planejamento de Cambé notificou a empresa para que apresentasse esclarecimentos sobre o atraso no contrato, que por sua vez, pediu reconsideração da decisão de rescisão contratual, mas sem apresentar provas ou fatos novos. Com isso, a Prefeitura apresentou Processo Administrativo de Responsabilização e deu prazo de 15 dias para a instalação dos parques sob a pena de possível aplicação de sanções administrativas, diante da gravidade da situação.
Sem novos argumentos ou execução da obra, a Prefeitura rescindiu o contrato e aplicou as sanções. A empresa foi impedida de licitar e contratar com o município de Cambé por três anos, e ainda terá que pagar multa de 20% sobre o valor global do contrato, no valor de R$ 146.777,77.
A reportagem tentou contato com a empresa criticada pelo prefeito via telefone e WhatsApp, mas não obteve resposta.
confira o vídeo abaixo:
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