No “mês das mulheres”, o Informe Feminicídios no Brasil 2023 aponta que ser mulher continua sendo um fator de risco no País.
Divulgado pelo Lesfem (Laboratório de Estudos de Feminicídios), o Informe traz dados levantados pelo MFB (Monitor de Feminicídios no Brasil) e aponta a ocorrência de 1.706 casos com indícios de feminicídios consumados e 988 tentados no ano passado.
A média diária foi de 4,7 feminicídios consumados e 2,7 tentados no país. A fonte de dados do MFB são notícias publicadas na internet.
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Todos os Estados do país registraram casos de feminicídios em 2023, conforme mostra o MFB (Monitor de Feminicídios no Brasil). O Paraná surge como o quarto em números absolutos, tendo registrado 127 casos, atrás apenas de São Paulo (252), Minas Gerais (156) e Bahia (128).
Considerando-se a taxa por cem mil mulheres, o Paraná também registra média acima da nacional (1,6), com 2,1 feminicídios consumados por cem mil mulheres.
Os cinco Estados com maiores taxas são: Mato Grosso do Sul (3,4); Acre (3,1); Mato Grosso (3,1); Rondônia (3,1) e Roraima (3,1). Os cinco estados com as menores taxas são: Maranhão (1,0); São Paulo (1,1); Rio de Janeiro (1,2); Ceará (1,2) e Pará (1,3).
A metodologia do MFB segue as definições das Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres e do Mapa Latino-americano de Feminicídios.
Desta forma são classificadas as notícias, identificadas a partir de ferramenta digital de busca desenvolvida pelo Data + Feminism Lab do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
“Os resultados que apresentamos reiteram que o Brasil é um país com alarmantes proporções de feminicídios, assumindo destaque no cenário regional e global. Ser mulher é um fator de risco no país. Apesar de serem números que nos deixam revoltadas, uma vez que se trata de mortes violentas de meninas e de mulheres que poderiam ser evitadas, eles revelam apenas uma parcela do fenômeno da violência feminicida no país”, ressalta a coordenadora do Lesfem, Silvana Mariano.
Entre as vítimas de feminicídios consumados, mulheres entre 25 e 36 anos são a maioria: 28,8% das vítimas. No segundo grupo aparecem mulheres entre 37 e 45 anos de idade. Entre os dados registrados no ano de 2023, a vítima mais jovem tinha 27 dias de vida e a mais velha, 84 anos.
Já entre as vítimas de feminicídios tentados persiste a mesma faixa etária: jovens de 25 a 36 anos formam o grupo mais vulnerável, representando 23%. Existe, porém, uma grande dificuldade no levantamento desses dados, uma vez que em 42,1% das notícias sobre os casos não constava a idade das vítimas.
O MFB também detectou que em 400 casos de feminicídios consumados, ou 23,45%, as vítimas tinham filhas ou filhos dependentes, que somaram 692 crianças ou adolescentes impactados pela violência feminicida no ano de 2023 no país. Registrou-se, ainda, que 41 das vítimas eram mulheres gestantes, sendo 2,40% do total de casos. Em vários desses casos, a gravidez, inclusive, é uma motivação para o feminicídio.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: