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Ataque em Cambé

Pais de Karoline e Luan pedem indenização de quase R$ 2 milhões ao Governo do Paraná

Fernanda Circhia - Grupo Folha de Londrina
16 nov 2024 às 17:45

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- Arquivo Pessoal
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Os pais de Karoline Verri Alves e Luan Augusto entraram com uma ação pedindo uma indenização de R$ 1.969.587,19 ao Governo do Paraná. Conforme o documento, trata-se de uma ação de reparação de danos contra o Estado do Paraná. Os jovens foram mortos a tiros por um ex-aluno que invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, em 19 de junho de 2023. 


No pedido, foi destacado que "o Poder Público tem o dever de zelar pela integridade física e moral de seus estudantes, enquanto estes se encontrarem no recinto do estabelecimento escolar, sob pena de incidir sabidamente em responsabilidade civil pelos eventos lesivos ocasionados ao aluno". Ainda segundo documento, "a partir do momento em que o aluno é colocado sob cuidado da Escola Estadual, inicia-se a responsabilidade direta pelos acontecimentos de dentro da escola, segurança, saúde e demais condições do aluno, para isso existindo obrigatoriamente nas instituições de ensino a presença obrigatória de funcionários e guardas de segurança". 

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A reportagem do Portal Bonde conversou com Dilson Antonio Alves, pai de Karoline, que comentou que o cálculo do valor foi feito pelo escritório, mas que ainda não é o valor oficial. "Calcularam uma pensão de dois salários para Karol e Luan até seus 77 anos de vida [expectativa de vida do brasileiro], que é a média oficial, mas o valor é incalculável para nós. São tempos, né? Tudo foi feito num tempo que ninguém ligava muito para a segurança. Queremos que o Estado pense melhor sobre a segurança nos colégios. Nós vemos que hoje tomaram algumas atitudes, mas não são suficientes, e esquecem com o tempo", afirmou Alves. 

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Dilson destacou que a escola teria que ser o lugar menos provável para acontecer uma coisa dessas. "O Estado tem suas responsabilidades com a gente. Um colégio de ensino público deveria ter segurança para que nossos filhos estudem. Essa é uma maneira também para que a gente não deixe cair no esquecimento. Queremos que o governo tome todas as atitudes necessárias para que isso não aconteça novamente", reforçou.

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Sobre a indenização, o pai de Karoline explicou que esse valor é o total das duas famílias. "Se um dia a gente receber esse valor, a gente vai retornar com projetos sociais em relação às crianças, adolescentes e jovens. A gente já tem sonhos e algumas ideias para que o dinheiro seja bem usado, caso a gente receba." No entanto, Alves pontuou que a intenção não é o dinheiro. "Não queremos que mais famílias passem por essa dor que estamos passando."


A reportagem entrou em contato com a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná) e aguarda resposta.

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O CASO


Um atirador invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, por volta das 9h, do dia 19 de junho de 2023. Parecia ser uma segunda-feira normal. Os alunos chegavam ao colégio e estavam conversando e jogando pingue-pongue durante uma aula vaga. No entanto, o atirador entrou no colégio e atirou contra Karoline e Luan. A jovem morreu na hora. Luan foi encaminhado ao HU (Hospital Universitário), e morreu 13 horas depois. 

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A Seed (Secretaria de Estado da Educação) foi procurada no mesmo dia e informou à imprensa que o atirador se tratava de um rapaz de 21 anos e era ex-aluno do colégio. Ele foi contido e preso em flagrante portando mais de 40 munições. A Seed afirmou na época que o jovem procurou a escola dizendo que precisava de seu histórico escolar. 


Um aluno de 17 anos relatou que ouviu o rapaz dizer "vocês me jogaram no lixo e fizeram bullying comigo" antes de começar a atirar. O estudante disse que viu os disparos em direção à sala de aula em que ele estava. "Quebrei a janela da sala, saí e pulei o muro."

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O assassino de 21 anos anos planejava desde 2020 um massacre contra a escola Helena Kolody em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Em depoimento à Polícia Civil após a prisão em flagrante, o jovem informou que seu objetivo era atingir o maior número de vítimas possíveis, o mesmo modelo de massacres ocorrido em Suzano, interior paulista em 2019 e Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.


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Assim que ouviu o barulho dos tiros, Joel de Oliveira correu para o colégio. “Vi gente correndo e fui ver o que estava acontecendo. Entrei pelo portão principal e vi as marcas de tiro”, relembrou. O serralheiro é terceirizado e trabalhava na manutenção de uma clínica de reabilitação que fica na rua ao lado da escola. Foi ele quem segurou o atirador de 21 anos até a chegada da PM (Polícia Militar).


No dia seguinte, 20 de junho, o atirador que matou o casal foi encontrado morto em cela da Casa de Custódia de Londrina. 

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Outros três homens foram presos suspeitos de terem incitado e auxiliado o autor a cometer o crime.


O casal recebeu e recebe homenagens até hoje. Em novembro de 2023, foram homenageados na Câmara de Cambé


Em 13 de setembro de 2024, o Colégio Estadual Unidade Polo, de Ibiporã, passou a se chamar Colégio Estadual Unidade Polo Karoline Verri Alves e Luan Augusto da Silva. A mudança de nome homenageia os estudantes Karoline e Luan. 


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