Um mês após o assassinato do indígena Everton Lopes Rodrigues em Guaíra (Oeste), o MPPR (Ministério Público do Paraná) e MPF (Ministério Público Federal) expediram uma recomendação administrativa a diversas forças de segurança pública nos âmbitos nacional, estadual e municipal. O documento foi assinado e enviado no dia 15 de agosto.
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Conforme o promotor de Justiça Renan de Lima, o objetivo da medida é garantir que ações imediatas sejam adotadas para proteger crianças e adolescentes de comunidades indígenas locais. A necessidade se deu “após a apreensão de uma carta com graves ameaças encontrada ao lado de um jovem indígena brutalmente assassinado na região”, explicou.
AMEAÇAS DE MORTE
Da etnia Avá-Guarani e filho do cacique Bernardo Diegro, Rodrigues residia na aldeia Yvyju Avary, na TI (Terra Indígena) Guasu Guavirá. Ele foi morto no dia 12 de julho aos 21 anos e o corpo dele foi encontrado decapitado na entrada da aldeia, junto de uma carta com ameaças aos povos originários de Guaíra e região.
A intimidação incluía ataques a ônibus escolares, afirmando que os responsáveis pelo assassinato de Rodrigues iriam queimar os estudantes, com a próxima ofensa marcada para atingir a FNSP (Força Nacional de Segurança Pública). O efetivo do órgão teve aumento de 50% na TI em janeiro, após quatro membros do povo Avá-Guarani serem feridos por disparos de armas de fogo.
Assinado pelo “Bonde 06 do N.C.S.O.”, o documento estava endereçado a “Indígenas, mas sabemos que são paraguaios”, dentro de um sinal de “proibido” pintado de vermelho. O grupo ainda acusou os povos originários de serem aliados do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Com erros de português, parte do escrito diz: “Estamos dispostos para eliminar qualquer um que atravessar o nosso caminho, principalmente quem pertence ao PCC. Nós sabemos que vocês paraguaios que diz ser indígena, vocês são aliados do nosso principal inimigo, que é o PCC. Se vocês não desocupar as terras recém invadidas, nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio. Próximo ataque será contra ese lixo apelidado de forsa nacional, nos avizou porque somos bandidos, mas não covardes. Aguarde o próximo capitolo” [sic].
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina: