Paraná

Operação de combate a incêndios do Paraná termina: 2024 já teve o dobro de ocorrências de 2023

22 nov 2024 às 12:15

Nesta quinta-feira (21), o CBMPR (Corpo de Bombeiros Militar do Paraná) encerrou a Operação Quati João, que tinha como objetivo prevenir e combater a incêndios florestais. Na última reunião virtual foram apresentados os números de ocorrências e os destaques operacionais. 


Também foi demonstrado como os aspectos meteorológicos se confirmaram na prática no que se refere aos incêndios florestais no estado.


“Tivemos um ano atípico, com o dobro de ocorrências em relação ao ano passado, até agora; quase o triplo, em comparação com dois anos atrás. Nos últimos cinco anos, este foi o com maior número de ocorrências atendidas. Foi uma operação bastante intensa, que exigiu muito dos nossos bombeiros”, afirmou o coronel Antonio Geraldo Hiller Lino, subcomandante-geral do CBMPR e que responde interinamente pelo comando da corporação.


De acordo com os números apresentados pela instituição, apenas do período da operação, entre maio e outubro, 7.976 incêndios foram atendidos em território paranaense. A maior parte se concentrou na área do 2º CRBM (Comando Regional Bombeiro Militar), com sede em Londrina, que abrange especialmente o Norte do estado. Foram 3.389 ocorrências nos seus 188 municípios.


O 1º CRBM, que inclui a Grande Curitiba, os Campos Gerais e o Litoral, respondeu a 2.676 chamados dessa natureza, enquanto o 3º CRBM, cuja sede é em Cascavel, e que abarca o Oeste e o Sudoeste, foi mobilizado 1.911 vezes.


No total acumulado do ano, até o dia 18 de novembro, o Paraná registrou 13.247 chamados para combater incêndios florestais. Como comparação, no ano passado inteiro, haviam sido 6.483; e, no anterior, 4.659.


Durante o encontro virtual, foi destacada a utilização, pela primeira vez, de aviões para o combate a incêndios de maiores proporções e em locais de difícil acesso. 


Essas aeronaves foram alugadas em parceria com a Defesa Civil. Ainda em campo, o Corpo de Bombeiros contou durante o ano com o apoio do IAT (Instituto Água e Terra), inclusive no combate ao fogo em áreas de preservação permanente, como em Ponta Grossa, Maria Helena, Piraquara, Umuarama e Cianorte.


A aproximação com as prefeituras foi outro ponto destacado pelo coronel. A ideia é estreitar as relações, facilitando o trabalho conjunto e a comunicação mais imediata de ocorrências de incêndios florestais. Tratar com o maior rigor a legislação ambiental é outra preocupação, projetando reflexos na prevenção de incêndios. “Nós temos que trabalhar juntos, irmanados com quem tem preocupação com o meio ambiente, com os bens públicos e privados”, disse o coronel.



Outros parceiros frequentes nas reuniões, e no planejamento das ações, especialmente de prevenção, também foram lembrados, como a UFPR (Universidade Federal do Paraná); a APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal); a Fepam (Federação Paranaense de Montanhismo); e RNBV (Rede Nacional de Brigadas Voluntárias). Além do Simepar, que durante todo o período alimentou a operação com dados referentes a condições climáticas.


Essas previsões meteorológicas foram importantes para preparar os movimentos nos quartéis nas semanas seguintes, mobilizando recursos nos momentos em que havia maior chance de temperaturas muito elevadas e tempo seco. 


O mapa de focos de calor identificados pelo Simepar, referente a todo o período, refletiu perfeitamente os locais com maior incidência de incêndios florestais que exigiram intervenção dos bombeiros.


“Tivemos incêndios de grandes proporções, mas graças ao foco que o comando do Corpo de Bombeiros tem dado nas questões operacionais, procurando articular melhor todos os recursos dentro da própria Corporação, para um emprego mais aprimorado, nós fomos bem-sucedidos”, disse o subcomandante do CBMPR. 


Ele destacou ainda que a rápida mobilização de pessoal, com colaboração direta da Força-Tarefa de Resposta a Desastres, teve grande impacto no resultado positivo alcançado pela corporação nessas missões.


    “Para o próximo ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná se aperfeiçoou muito mais. E toda essa experiência vai agregando conhecimento para que cada vez a gente consiga prestar o melhor atendimento à população”, acrescentou.


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