O juiz Oswaldo Soares Neto, da 1ª Vara Criminal de Apucarana (Centro-Norte), revogou na última quinta-feira (27) a prisão do vendedor George Lucas Pereira Lins Fernandes, 25, réu por ter atropelado e arrastado sua namorada Ana Carolina de Souza, 19, por cerca de 120 metros. A jovem, que estava com a filha de dois anos nos braços no momento do acidente, ficou gravemente ferida e está internada em um hospital de Curitiba.
O caso, inicialmente tratado como tentativa de feminicídio, aconteceu na madrugada do dia 15 de março, no loteamento Solo Sagrado, em Apucarana. Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que o motorista saiu do local arrastando a namorada; depois, ele faz um retorno e foge do local, sendo preso horas depois pela PCPR (Polícia Civil do Paraná).
O magistrado aceitou a denúncia do MPPR (Ministério Público do Paraná), que entendeu que o rapaz cometeu o crime de lesão corporal culposa (sem intenção) no trânsito e defendeu a revogação da prisão preventiva do réu. Se condenado, ele pode pegar de dois a cinco anos de prisão, pois estava dirigindo embriagado e as lesões causadas na vítima foram graves, o que são elementos agravantes na legislação de trânsito.
Em seu depoimento, George Lucas disse que saiu do trabalho e foi com Ana Carolina para a lanchonete de uma amiga dela, no Solo Sagrado, onde ingeriu bebida alcoólica. Mais tarde, ele saiu para ajudar em uma entrega da lanchonete e, após um desentendimento, o dono do pedido tentou agredi-lo.
“Aí o vizinho veio no embalo dele. Aí eu falei: 'Vou correr daqui'. Eu não conheço ninguém lá. Eu desci correndo, no sentido do carro, falei: ‘Amor, entra no carro’”, relatou o réu, que alega não ter visto a jovem e a criança. “Eu lembro que engatei a ré, fui um pouco para trás e fui para frente”, sustentando que não percebeu ter atropelado e arrastado Ana Carolina. "Eu não estava pensando em nada, eu só queria sair dali."
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