Uma decisão liminar do desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná), nesta segunda-feira (29), suspendeu pela sexta vez o julgamento do caso Eduarda Shigematsu. Irão a júri Ricardo Seidi, pai da menina morta aos 11 anos, e a avó paterna dela, Terezinha de Jesus Guinaia. O Tribunal do Júri estava previsto para o dia 6 de outubro, em Maringá (Noroeste), e ainda não foi remarcado.
“A defesa também comprovou a violação do artigo 432 do CPP [Código de Processo Penal], pois o ato ocorreu sem a devida intimação prévia e tempo hábil para leitura das partes, do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública”, dizem em nota os advogados de Seidi.
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“O desembargador relator reconheceu a plausibilidade das alegações, destacando o histórico do caso, que já foi objeto de dois desaforamentos (de Rolândia e de Londrina) por suspeita de parcialidade dos jurados, o que torna o prazo legal essencial para que a defesa possa investigar a imparcialidade do corpo de jurados.”
Esta é a sexta vez em que o julgamento é cancelado. Inicialmente, seria em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), onde o crime ocorreu. Depois foi transferido para Londrina e, a pedido da defesa, para Maringá. Em maio, a sessão foi adiada pela ausência de um juiz substituto no Tribunal do Júri. Por enquanto, a Justiça ainda não definiu uma nova data.
RELEMBRE
Eduarda morreu em 24 de abril de 2019, em Rolândia. No dia seguinte, a avó registrou boletim de ocorrência de desaparecimento. As buscas mobilizaram familiares, vizinhos e a Polícia Civil, com apoio do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas). O corpo foi localizado no dia 28, enterrado na garagem de um imóvel da família.
Câmeras de segurança registraram o último momento de Eduarda com vida às 11h56 do dia 24, quando ela chega em casa após a escola. Por volta das 13h32, Ricardo aparece saindo da residência em um VW/Gol, já com o corpo da filha no porta-malas. Minutos depois, outra câmera flagra o carro chegando ao imóvel onde o corpo foi enterrado.
Ricardo Seidi é acusado de homicídio triplamente qualificado — por asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (com aumento de pena por se tratar de vítima menor de 14 anos). Ele também responde por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Preso desde abril de 2019, sempre negou ter matado a filha.
Terezinha responde pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ela ficou seis meses presa, mas foi solta e aguarda o julgamento em liberdade.
Em depoimento à PCPR após a prisão, Ricardo disse que a filha havia cometido suicídio e que, desesperado, decidiu enterrá-la. O laudo de necropsia, no entanto, concluiu que a morte ocorreu por esganadura. Um documento mais recente da Polícia Científica, juntado ao processo em agosto de 2025, reforçou que não houve suicídio: o corpo apresentava “estigmas digitais no pescoço, equimose e escoriações no queixo”, lesões típicas de esganadura.
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