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A paralisação do transporte público de Maringá chega a seu terceiro dia nesta quarta-feira (10), mesmo diante de liminar concedida pela 1ª Vara Trabalhista de Maringá proibindo que funcionários impeçam os ônibus de circularem. Mesmo sem bloqueio algum, não houve transporte coletivo em funcionamento.
Na terça-feira (9), as empresas Cidade Verde Transporte Rodoviário, de ônibus metropolitanos, e TCCC (Transporte Coletivo Cidade Canção), de linhas urbanas, entraram com um pedido na justiça para que os motoristas voltem com 70% da frota e atividades dos veículos, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia de descumprimento. No documento, os autores argumentam que a interrupção total de serviço público essencial, além de ocasionar incontáveis prejuízos à população que depende desse meio de transporte, é uma verdadeira ilegalidade.
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A juíza Adelaine Aparecida Pelegrinello deferiu parcialmente a liminar, determinando que os motoristas não podem impedir ou mesmo dificultar o acesso às dependências das empresas, impossibilitando o livre trânsito de pessoas e coisas, mas sem obrigar a retomada dos serviços por parte deles. Ela também reduziu o valor da multa por descumprimento para R$ 10 mil por dia.
A ação coloca no polo passivo o Sinttromar (Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá). A entidade de classe, entretanto, afirma a paralisação foi decidida e posta em prática por decisão dos motoristas, sem passar por discussão e aprovação do sindicato.
Os motoristas entraram em greve na segunda-feira (8) devido ao não pagamento integral dos salários. A empresa alega dificuldades financeiras provocadas pela queda de passageiros em 2020, em face da pandemia do novo coronavírus, e pede subsídios por parte da administração municipal.
Na tarde do primeiro dia de paralisação, as empresas quitaram o restante dos débitos, mas os funcionários permanecem paralisados e reivindicam a aprovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), garantindo a reposição salarial, com pagamento dos retroativos, além do depósito do PPR (Plano de Participação nos Resultados).
Em nota, a Prefeitura de Maringá afirma estar analisando os documentos internos da TCCC, a fim de analisar se possui condições necessárias para cumprir o contrato com o município.
Transporte por aplicativos mais caros
Sem poder depender do transporte público, muitos buscam os motoristas de aplicativos para poder se locomover nesse período. A procura levou a um aumento nos valores das corridas, segundo reclamações de usuários.
Tendo isso em vista, o Procon de Maringá encaminhou uma notificação às empresas de transporte por aplicativo questionando a variação dos preços nos serviços apresentados durante a semana de paralisação do transporte público do município. Além disso, notificou o Sindi Combustíveis - Regional de Maringá, para apresentar explicações sobre o aumento do combustível na cidade.
*Sob supervisão de Luís Fernando Wiltemburg
(Atualizado às 17h22)