O município de Jardim Alegre, região Norte do Paraná, vive um impasse: de um lado, a única organização não-governamental (ONG) de proteção animal do município, Toca de Assis, de outro a nova administração da cidade, liderada pelo prefeito recém-empossado, José Roberto Furlan.
De acordo com a presidente da ONG, Sandra Gonçalves, o prefeito se recusou a renovar o contrato de repasse de recursos, o qual é feito com a entidade todos os anos. "O prefeito nos recebeu mal durante a reunião que fizemos com ele no começo do mês e disse que tem outras coisas mais importantes e urgentes para tratar e que cachorro não é prioridade", afirma Sandra.
A presidente da ONG ainda ressalta que com uma população de cerca de 800 animais abandonados, a cidade vive um surto de cinomose, doença altamente contagiosa e que pode levar o animal à morte. "Cachorro precisa de amor, cuidado. O mínimo que um animal precisa é de um lar", desabafa a presidente.
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Contudo, Neni Aparecida, diretora do Departamento de Administração de Jardim Alegre, afirmou que o caso não passa de um mal entendido. "Toda essa confusão foi resultado de uma completa falta de diálogo entre a ONG e a prefeitura. Não conseguimos manter um diálogo saudável com a representante da ONG, só por isso a renovação ainda não foi feita", disse Neni em entrevista ao Portal Bonde.
Segundo ela, a prefeitura não irá negar ajuda à ONG, pois sabe a importância do trabalho da Toca de Assis. "O valor será repassado da mesma maneira. Na verdade, estamos até estudando um possível aumento desse recurso. A ONG e a prefeitura possuem a mesma intenção, o que ainda não conseguimos foi sentar e conversar. Queremos ser parceiros e para podermos organizar tudo isso juntos."
Enquanto essa reunião não ocorrer, Neni garante que a organização não-governamental continuará recebendo o valor combinado anteriormente com a antiga gestão. "Iremos repassar o recurso destinado à ONG no final do mês de janeiro", completa Neni.
Toca de Assis
O lar Toca de Assis atende cerca de 60 cachorros, abrigados em ambientes provisórios ou em lares de voluntários. Os animais assistidos pela ONG são vítimas de maus tratos, como queimaduras e outros tipos de violências físicas.
Atualmente, o único apoio financeiro fixo que a ONG recebe é o repasse oriundo da prefeitura, porém, de acordo com a presidente da ONG, Sandra Gonçalves, esse valor não é suficiente para suprir todas as despesas. "Todos os meses recebíamos R$ 700, mas só de ração temos um gasto de R$ 1,2 mil", lamenta Sandra.