O Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), vinculado ao Ministério Público do Paraná, deu andamento em uma operação para desarticular o comando de uma organização criminosa que atuava com o jogo do bicho e com lavagem de dinheiro na região de Arapongas (Norte).
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em endereços de Arapongas e Florianópolis (SC). Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Arapongas, tiveram como alvos o suposto líder do esquema e seus familiares, que eram "laranjas" envolvidos na ocultação de patrimônio.
A Operação Diarquia é um desdobramento de uma outra operação, iniciada em 2020, envolvendo um ex-vereador de Arapongas preso por exploração de jogos de azar.
De acordo com o promotor de Justiça Jorge Fernando Barreto, a investigação continuou após a prisão do ex-vereador porque a análise dos dispositivos eletrônicos e documentos apreendidos na época indicava que outras pessoas poderiam estar envolvidas no esquema. O alvo da vez seria uma espécie de sócio oculto.
Durante a operação, foi apurado que a organização mantinha uma estrutura empresarial de “plantões”, em que os dois líderes se revezavam mensalmente na administração da banca, arcando com os custos e dividindo os lucros.
De acordo com as planilhas e conversas obtidas pelos policiais, o grupo controlava pelo menos 257 pontos de aposta, sendo que a arrecadação poderia passar dos R$ 8 milhões ao ano.
Além da exploração dos jogos de azar, o grupo utilizava empresas de fachada para esconder o dinheiro que entrava de maneira ilícita. Os familiares eram utilizados como “laranjas”. Diversos bens móveis e imóveis foram sequestrados, como casas de alto padrão, terrenos em condomínios fechados e apartamentos no litoral de Santa Catarina. Além disso, duas aeronaves de pequeno porte também foram apreendidas.
O promotor explica que os equipamentos e documentos apreendidos nesta etapa serão analisados e vão ajudar a comprovar os ilícitos praticados pelo grupo. “Na sequência, concluída as investigações e confirmada os ilícitos, eles serão denunciados”, afirma, complementando que os bens deverão ser revertidos para a União.
Defesa do vereador
Em nota enviada à Imprensa, os advogados de defesa do ex-vereador Osvaldo Alves dos Santos afirmam que ele não foi alvo da operação deflagrada nesta terça-feira (2). Segundo os advogados, os processos em que o ex-vereador figura como parte seguem seu trâmite regular. A nota informa ainda que a "inocência (do ex-vereador) vem sendo comprovada de forma consistente. Até o momento, não há qualquer elemento que indique prática de ilicitude, tampouco fato novo que possa lhe causar prejuízo."