O mercado de exportação de carne bovina segue aquecido no Brasil. E as tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos, que à época pareciam ameaçar a estabilidade do setor, fortaleceram relações internacionais com países que já importavam a carne brasileira, bem como abriram novas oportunidades para a indústria.
No Paraná, frigoríficos exportadores associados à Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) têm mostrado resiliência e buscado inclusive a expansão de suas instalações para comportar a demanda latente.
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Em setembro, o Estado exportou 4,9 mil toneladas de carne bovina (in natura, miúdos e tripas), gerando uma receita de US$ 25,5 milhões. Em termos de volume, este foi o melhor setembro desde 2004, quando foram exportadas 5,7 mil toneladas. No geral, o mês de setembro de 2025 foi o melhor dos meses do Paraná em 20 anos, quando 7,6 mil toneladas foram embarcadas em junho de 2005. Os dados são do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) compilados pela Abiec.
Mas o cenário local seguiu a tendência de crescimento nacional, que já aparecia em janeiro deste ano, após um 2024 que entrou para a história com recorde de exportações de carne bovina pelo Brasil. Em julho de 2025, um mês antes da vigência da sobretaxa do governo norte-americano sobre diversos produtos brasileiros, o país registrou a maior exportação mensal de carne bovina desde 1997, quando se iniciou o registro da série histórica. Segundo o MDIC, naquele mês foram embarcadas 313,6 mil toneladas, representando um crescimento de 15,6% em relação a junho e de 17,2% na comparação com julho de 2024.
O cenário de crescimento não parou por aí e uma nova marca histórica foi batida em setembro, mês que ultrapassou julho e registrou o maior volume de carne bovina exportada pelo Brasil desde 1997. Foram 352 mil toneladas e US$ 1,9 bilhão de receita. Um aumento de 31,1% em relação ao mesmo mês de 2024 e de 17,6% sobre agosto deste ano.
“Dança das cadeiras”
De Cruzeiro do Oeste (Oeste), o frigorífico Astra envia mais de 60% de sua produção ao exterior, cerca de 3,5 mil toneladas por mês. A empresa iniciou nesse mercado em 2008, embarcando miúdos para Hong Kong. Neste ano, atendeu a 35 países, mas está habilitada para exportar para quase 100 em todos os continentes, exceto Oceania.