O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) resolveu afastar a juíza Regiane Tonet da função eleitoral que exerce em Guaraniaçu, no Oeste do Paraná, após postagens em redes sociais consideradas ofensivas contra o PT (Partido dos Trabalhadores) e até ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
As mensagens foram publicadas entre 2017 e 2019. O CNJ foi acionado pelo diretório estadual da legenda. Segundo o advogado Luiz Eduardo Peccinin, autor da representação, a magistrada "direcionou ataques a Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT após a condenação do ex-presidente Lula no chamado caso do triplex do Guarujá".
Peccinin explicou que, em outubro de 2018, poucos dias antes da eleição vencida por Jair Bolsonaro, a juíza teria "pedido voto contra o PT" e "compartilhado comentários depreciativos em outra publicação".
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"Além disso, ela compartilhou conteúdos ofensivos a Cármen Lúcia, do Supremo. Infelizmente esse comportamento ideológico entre os juízes é cada vez mais constante, mas o CNJ está dando o recado que não vai tolerar isso", afirmou o advogado.
Na mesma decisão, o Conselho determinou a abertura de um processo administrativo disciplinar. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o afastamento vale apenas para a atividade eleitoral. Por ser a única juíza da cidade de pouco mais de 11 mil habitantes, Tonet continuará julgando processos comuns.
A representação do PT no CNJ é de 2020, mas só agora os conselheiros abriram a investigação interna. Relatora do caso e corregedora nacional de Justiça, a ministra Maria Thereza de Assis Moura pontuou que esperava uma conduta diferente da juíza paranaense.