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Abastecimento de água foi afetado

Bandeirantes decreta estado de emergência por conta da estiagem

Jéssica Sabbadini - Redação Bonde
18 set 2025 às 15:13

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Foto: Cleverson Rodrigues/Prefeitura de Bandeirantes
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A Prefeitura de Bandeirantes (Norte Pioneiro) decretou estado de emergência por conta da estiagem e da seca no município de pouco mais de 30 mil habitantes. A escassez de chuvas já impactou o abastecimento de água para moradores da zona urbana e da zona rural. 


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O prefeito de Bandeirantes Jaelson Matta (PL) diz que a última chuva volumosa na cidade foi registrada no mês de março e, desde então, a precipitação vem ocorrendo de maneira esparsa, o que dificulta o aumento do volume dos rios, dos açudes e do lençol freático. Em agosto, de acordo com informações do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a cidade registrou cerca de seis milímetros de chuva. 


Caminhões-pipa garantem abastecimento

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Matta afirma que o baixo nível de água no lençol freático causou a queima de duas bombas em poços artesianos que abastecem diversos bairros, deixando pelo menos 2,4 mil pessoas na zona urbana sem água.  Para garantir o abastecimento, caminhões-pipa estão sendo utilizados para transportar mais de 800 mil litos de água potável. Na zona rural, 70 famílias também estão sem água por conta da seca, já que muitos utilizam cisternas para coleta de água ou ‘poços caipiras’, com profundidade inferior a sete metros. 


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A falta d’água também atingiu três escolas da cidade, que estão sendo abastecidas por caminhões-pipa. Apesar disso, as aulas não foram suspensas. De maneira geral, o abastecimento está sendo feito de maneira racional e, por isso, o prefeito destaca a importância do consumo consciente. 


Matta explica que o município aproveitou o decreto publicado em maio pelo Governo do Paraná (n°10.047), que declara situação de emergência no Estado por conta da estiagem prolongada, para acessar algumas ações de urgência, como a contratação de caminhões-pipa para abastecer a população mais afetada. Com o decreto de emergência, o prefeito afirma que é possível reduzir o tempo gasto em um processo licitatório, que pode chegar a 90 dias. 

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Nas últimas semanas,  o prefeito disse que esteve em Curitiba para pleitear cestas básicas às famílias atingidas e a participação em um programa de fornecimento de caixas d’água, já que cerca de 30% dos domicílios não contam com os reservatórios. “A gente não sabe o quantitativo e não quando deve vir, mas eles vão financiar os caminhões-pipa que a gente está tendo que contratar”, detalha, acrescentando que também foi solicitado a perfuração de poços artesianos. 


Os dois rios que cortam a cidade, o Rio das Cinzas e o Rio Laranjinha, estão com um volume muito abaixo do normal, sendo que o leito já está aparente em alguns pontos. “O cenário está preocupante”, alerta o prefeito, complementando que parte do abastecimento de água potável da cidade vem do Rio das Cinzas. “Se continuar secando desse jeito, nós vamos ter dificuldade em continuar captando água”, afirma. 

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Londrina também enfrenta estiagem


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Agrometeorologista do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Angela Costa explica que a última chuva volumosa em Londrina foi no mês de junho.


No mês, o acumulado de chuva ficou na casa dos 125 milímetros, sendo o único do ano a superar a média histórica, que é de 91 milímetros. 

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Após o dia 15, quando choveu 25 milímetros, os volumes foram mínimos, e, em julho, o acumulado foi de 23 milímetros nos dias 27 e 28. Agosto registrou apenas 7,6 milímetros ao longo do mês, distribuídos de forma esparsa ao longo das semanas. Desde então, não houve precipitação relevante.


O mês de agosto é, historicamente, o que menos registra chuvas no Paraná. Em anos anteriores, a precipitação já atingiu a marca de zero milímetros. Em 2019, por exemplo, o oitavo mês do ano registrou apenas 0,2 milímetros de chuva. Por conta disso, a agrometeorologista garante que a estiagem está dentro da normalidade para o período do ano, que coincide com o fim do inverno e o início da primavera. 


Para setembro, a média histórica é de 110 milímetros. Costa explica que os dados indicam que Londrina deve receber pouca chuva no mês neste ano. “Setembro é mais um mês que vamos ficar bem abaixo da média climatológica”, alerta. 



Foto: Guto Rocha


La Niña


Ela afirma que os dados vêm indicando a aproximação do La Niña, fenômeno característico por trazer chuvas abaixo da média, o que já adianta que setembro também deve ser um mês seco.


A falta de chuvas mais volumosas também faz com que a umidade do ar fique lá embaixo. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a recomendação é de 60%. Em Londrina, a umidade do ar está na casa dos 35%, sendo que em alguns momentos do dia, principalmente no final da tarde, o índice chegou a 15%, o que coloca a cidade em estado de alerta.


A falta de chuva, a baixa umidade do ar e as temperaturas mais elevadas, que devem passar da casa dos 30°C, podem agravar casos de condições respiratórias, principalmente em crianças e idosos. Por isso, Angela Costa reforça a importância da utilização de umidificadores de ar, da ingestão de água e também, se possível, evitar praticar alguma atividade ao ar livre entre às 11h e às 15h. 


Além dos efeitos para o corpo humano, a estiagem e o calor também representam um sinal de alerta para as queimadas, tanto nas áreas de mata quando urbanas, e também afetam os cultivos em fase de plantação e as pastagens destinadas aos animais. 


Focos de incêndio


De acordo com dados do Corpo de Bombeiros do Paraná, Londrina registrou 120 focos de incêndio em agosto, número quase quatro vezes superior ao de junho, quando foram 33. No ano, a cidade enfrentou 620 ocorrências envolvendo incêndios, número inferior ao registrado no mesmo período de 2024, com 654. Em todo o Paraná, foram identificados 12.893 focos até esta quinta-feira (18).


Concessionária responsável pela manutenção de algumas rodovias federais e estaduais que cortam o Paraná, a PRVias também alertou para o aumento das queimadas nas margens das pistas com a estiagem e a chegada da primavera. De acordo com a empresa, o número cresceu quase 12 vezes, saindo de 12 casos em junho para 142 em agosto em trechos da BR-369, PR-323, PR-170, PR-445 e BR-376.


Segundo a concessionária, o problema traz riscos à segurança viária, além de afetar a vegetação, a fauna e a qualidade do ar para quem trafega ou reside em áreas próximas. Para enfrentar esse cenário, a concessionária disse que é feito um mapeamento e monitoramento das áreas com maior incidência de queimadas para que as equipes possam agir mais rápido e com mais precisão. “Em caso de incêndios de pequeno porte, os próprios colaboradores agem com equipamentos e caminhões-pipa da concessionária. A partir de ocorrências de médio porte, o Corpo de Bombeiros é acionado e a PRVias dá apoio operacional”, complementa.


Desafios no campo


O gerente técnico da Integrada Cooperativa Agroindustrial Wellington Furlaneti explica que os produtores rurais vêm sofrendo cada vez mais com as intempéries climáticas e que se agravam ano após ano. Ele afirma que, devido à seca, se comparado a outros anos, a plantação de soja sofreu um atraso em 2025, já que nessa época uma grande parte das áreas já tinha recebido o grão. “A gente vai ter uma postergação do plantio”, afirma. 


Por conta de chuvas pontuais, Furlaneti explica que muitos produtores de Ubiratã (Centro-Oeste) já conseguiram fazer o plantio em um percentual de área. Ele garante que esse cenário é particular do município, já que de maneira geral a estiagem contribui para a demora no plantio. 


Por outro lado, para a colheita, a falta de chuva é positiva e permitiu que a cooperativa já ultrapassasse o recorde no recebimento de milho, com mais de 23 milhões de sacas, envolvendo principalmente municípios do Paraná, assim como de São Paulo. 


Apesar da produtividade em alta, ele alerta que a irregularidade nas chuvas, com precipitação em uma propriedade e estiagem na outra no momento do plantio, impactou alguns produtores em algumas regiões. A geada que atingiu cidades paranaenses também pode ter contribuído para a redução na produção do grão em algumas regiões. Esse impacto, segundo ele, está na casa dos 8%. 



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