Uma audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (27) na Assembleia Legislativa do Paraná discutiu a segurança nas passagens em nível rodoviário. A FOLHA apurou que na região de Londrina, desde 2021, ao menos 15 acidentes entre trens e veículos ou pedestres foram registrados nas cidades de Ibiporã, Cambé, Rolândia, Arapongas, Apucarana e Jandaia do Sul. Os desastres com trens deixaram ao menos 11 mortos.
A audiência, proposta pelos deputados estaduais Guga Bueno (PSD) e Tiago Amaral (PSD), durou mais de três horas, mas não definiu um modelo de sinalização para todo o estado.
De acordo com Rafaela Gomes de Souza Silva, coordenadora de Planejamento e Acompanhamento da Fiscalização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), existe um tratamento de dados dos acidentes registrados no país, que são utilizados para campanhas educativas e de fiscalização.
Entre as passagens de nível que foram estudadas, os 20 pontos mais críticos estão no Paraná. Para a ANTT, no entanto, não há uma única solução que pode ser aplicada para todos os pontos, mas ações educativas precisam ser trabalhadas de forma complementar.
Sobre a responsabilidade pelas passagens em nível, a coordenadora explica que os trilhos são de competência das concessionárias, já a sinalização deve ser feita por quem “chegou por último”.
Na Região Norte, a estrada de ferro chegou em 1935, quando a maioria das cidades ainda não tinha se consolidado. Dessa forma, a responsabilidade pela sinalização é dos municípios. Já o artigo 24 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) coloca como responsabilidade dos municípios, estados e da União a implantação, manutenção e operação do sistema de sinalização e dos dispositivos e equipamentos de controle.
Marcelo Fiedler, coordenador de Relações Institucionais e Governamentais da Rumo, concessionária na região, o histórico do uso das cancelas não se mostrou eficiente. Ele apresentou o projeto PN Sensoriada, que é semelhante ao semáforo convencional e acende uma luz vermelha, acionada por sensores, quando um trem está se aproximando.
Dois projetos pilotos estão em funcionamento desde o ano passado, em Jandaia do Sul e Curitiba.
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