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Docente teve um infarto

APP organiza 'boicote' a aplicativos do Estado após morte de professora

Bruno Souza - Redação Bonde
02 jun 2025 às 18:01

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Divulgação APP
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A APP-Sindicato está organizando um boicote contra as plataformas on-line do Estado do Paraná, que são utilizadas nas aulas ministradas pelos professores aos alunos dos colégios estaduais. A ação foi pensada após a morte da professora Silvaneide Monteiro Andrade, na última sexta-feira (30), no Colégio Estadual Cívico Militar Jayme Canet, em Curitiba, devido a um infarto, atribuído às cobranças feitas pela Seed (Secretaria Estadual de Educação) por resultados.

Segundo relatos apurados pela direção do sindicato, a docente estava em sala de aula quando foi chamada para uma reunião com a equipe pedagógica e uma "embaixadora" do NRE (Núcleo Regional de Educação), profissional responsável por acompanhar o uso de plataformas digitais contratadas pela Seed. Ela passou mal durante a reunião, foi atendida por um bombeiro, mas não resistiu e faleceu no local.

De acordo com uma publicação feita pela APP nas redes sociais, a orientação "Plataforma Zero" deve ser seguida pelos docentes desta segunda (2) até sexta-feira (6). A postagem destaca que o ato é um protesto contra as condições de trabalho e "as metas absurdas impostas" pela secretaria. A entidade briga pela não obrigatoriedade do uso de plataformas no Paraná e o fim de metas e do Power BI [plataforma que permite a análise de dados], "que têm retirado a autonomia pedagógica, gerando pressão, assédio e adoecimento".

A entidade também enfatizou que diversas manifestações foram feitas nas escolas em memória da professora. A diretora do sindicato em Curitiba, Walkiria Olegário Mazeto, esteve no início desta manhã no colégio em que a professora faleceu para dar apoio aos demais docentes.

"O sentimento é de revolta pelas pressões e condições de trabalho. Hoje [o colégio] esteve funcionamento normalmente. O Estado colocou à disposição dos professores uma equipe de psicólogos para dar apoio", disse à reportagem.

Sobre a adesão à greve de plataformas, ela garantiu que o movimento está em construção e "numa crescente". "Que as escolas mantenham a greve de plataformas, que debatam as condições de trabalho a que estamos submetidos e que possamos juntar forças para mudar o que nos adoece e construir o que nos fortalece."

Em Londrina, o diretor de um colégio estadual disse à reportagem que o movimento não teve força nesta segunda-feira e que muitos docentes sequer tiveram conhecimento da "greve". O diretor também destacou que não espera uma adesão grande ao boicote, pois a decisão é exclusiva de cada docente e "a categoria está desunida".

Márcio Andrade, presidente da APP em Londrina, explicou à reportagem que ainda estão divulgando a decisão e que a entidade tem a expectativa de que haverá uma "grande adesão" durante a semana. Ele também lamentou a morte de Silvaneide, mas salientou que o acontecimento não foi uma surpresa.

"Estamos há muito tempo tentando alertar todo mundo, toda a sociedade, os poderes públicos em geral, sobre a grave situação que estamos vivenciando na área profissional. [...] É extremamente lamentável e muito grave o que está acontecendo. Nós esperamos que as providências sejam tomadas. Estamos fazendo a nossa parte", afirmou.

Andrade também esclareceu que o sindicato não tem posicionamento contrário às novas tecnologias, mas que todo avanço deve ser feito com parcimônia e respeito aos professores.

"Nós nunca fomos e nunca seremos contrários às novas tecnologias, ao avanço em todas as áreas, inclusive na educação, porém nós entendemos que deve ser utilizada como uma ferramenta complementar, um auxílio às metodologias para melhor desenvolver o processo de ensino-aprendizagem para os alunos, mas não a forma como está sendo utilizada."

Uma Assembleia Estadual da categoria foi convocada para o dia 7 de junho em Curitiba. A reunião presencial deve decidir os próximos passos dos protestos e a possível realização de um dia de paralisação.

Seed se pronuncia sobre plataformas


A Seed foi procurada pelo Portal Bonde para falar sobre o boicote às plataformas. De acordo com a pasta, em nota, "a utilização de recursos educacionais digitais como apoio ao trabalho docente em sala de aula tem sido um dos pilares para o avanço da qualidade da educação no Paraná. O uso destas ferramentas e o acesso ampliado à internet nas escolas estão amparados nas melhores práticas pedagógicas globais e foram determinantes para a conquista do primeiro lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2023".

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Para a secretaria, o uso das plataformas tem auxiliado alunos e professores com mais dinamismo e agilidade, economizando tempo de professores. "Plataformas digitais como Redação Paraná, Leia Paraná, Khan Academy e Inglês Paraná têm sido fundamentais para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem, principalmente para dialogar com alunos que vivem contextos cada vez mais digitais. Essas ferramentas oferecem feedbacks rápidos e detalhados aos alunos, promovendo uma aprendizagem mais eficiente e personalizada. Além disso, a automação de tarefas repetitivas, como a correção de avaliações, tem proporcionado aos professores uma significativa economia de tempo. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) tem compromisso com inovações pedagógicas, bons ambientes em sala de aula e educação pública de excelência."

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Divulgação/ APP-Sindicato


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