Donald Trump ultrapassou pela primeira vez Joe Biden em uma pesquisa de intenção de voto para as eleições de 2024.
Levantamento feito pelo Wall Street Journal divulgado neste sábado (9) mostra o republicano com 37% das intenções de voto, seis pontos à frente do democrata, com 31%. Atrás vêm os pré-candidatos Robert F. Kennedy Jr. (8%), Joe Manchin (3%), Cornel West (3%), Jill Stein (2%) e Lars Mapstead (1%). Indecisos são 14%.
A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
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Limitando as opções apenas a Trump e Biden, o ex-presidente aparece com 47% das intenções de voto, enquanto o atual ocupante da Casa Branca tem 43%. A diferença, no entanto, está dentro da margem de erro.
O cenário reforça a preocupação de democratas com uma terceira via. Hillary Clinton, que perdeu a eleição para Trump em 2016, é uma das representantes mais vocais dessa corrente –ela atribui a Jill Stein, candidata do Partido Verde, parte da responsabilidade por sua derrota.
Nenhuma dessas opções alternativas a Biden e Trump tem chance de vencer, mas podem tirar votos essenciais dos candidatos em uma disputa que se desenha como apertada. A pesquisa divulgada neste sábado aponta que, até o momento, quem mais sofre com isso é o democrata.
Desde meados do ano, o presidente tornou sua política econômica, chamada de "Bidenomics", seu carro-chefe de campanha. Apesar da repetição do mantra da melhora da economia discurso após discurso nos últimos meses, mais da metade dos eleitores têm uma visão negativa do programa, segundo o Wall Street Journal.
Apenas 23% dos eleitores afirmam que as políticas do democrata os ajudaram pessoalmente, em contraste com 49% que dizem o mesmo sobre Trump.
A pesquisa mostra ainda que o eleitorado considera o ex-presidente melhor que Biden em questões ligadas a economia, inflação, crime, fronteiras e a guerra Israel-Hamas. Apenas nos temas de aborto e "tom político" o democrata supera Trump.
O levantamento também indica que Biden vem perdendo apoio dos que ajudaram a elegê-lo em 2020. De acordo com o jornal, 13% dos eleitores do democrata na última eleição não pretendem votar nele novamente. Já no caso do republicano, apenas 6% abandonaram o empresário.
No recorte por grupos de eleitores, a pesquisa mostra o atual presidente especialmente fraco entre eleitores jovens, negros e hispânicos –que historicamente tendem a eleger democratas. Na visão dos responsáveis pela pesquisa, eles estão insatisfeitos com Biden, mas ainda podem ser convencidos a votar no presidente no ano que vem.
Outra esperança para o democrata, em meio a uma onda de más notícias, é que aumentou de 20% para 26% o percentual de eleitores que afirmam que a inflação está se movendo na direção certa. Junto com sua idade, a alta de preços é uma pedra no sapato de Biden.
Uma ressalva para a interpretação da pesquisa é seu timing. A pouco menos de um ano do pleito, analistas recomendam ver os resultados com ceticismo. Muitos eleitores ainda estão pouco engajados na disputa e, conforme o tema dominar o debate público ao longo do ano, os sentimentos podem mudar.