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Quais os países no alvo da ira do presidente dos EUA?

05 fev 2025 às 17:22

Desde que tomou posse em 20 de janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, já comprou briga com diversos países, como China, Canadá e México. Os conflitos não se limitam a questões econômicas. Veja abaixo:

Canadá


Trump anunciou tarifas contra o Canadá. No dia 20 de janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos afirmou que pretendia impor tarifas alfandegárias de 25% sobre produtos canadenses a partir de 1º de fevereiro, alegando que a medida pressionaria o Canadá a endurecer suas políticas contra a imigração ilegal e o tráfico de drogas.


Imposição de tarifas não é novidade. Em novembro de 2024, Trump já havia ameaçado estabelecer taxas sobre todos os produtos do Canadá e do México, além de aumentar as tarifas sobre importações chinesas, caso esses países não adotassem medidas mais rígidas contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Na última segunda-feira, Trump decidiu adiar a imposição de tarifas, após promessas de reforço no controle da fronteira.


Trump também sugeriu que o Canadá fosse anexado pelos EUA. Em dezembro de 2024, o presidente americano declarou que muitos canadenses desejavam que o país se tornasse o 51º estado dos Estados Unidos e classificou essa possibilidade como "uma ótima ideia".


Declarações provocaram reações no Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau respondeu de forma categórica, rejeitando qualquer possibilidade de que o Canadá fosse anexado pelos Estados Unidos.

Relações entre os dois países foram impactadas. A sugestão de Trump e o anúncio de novas tarifas elevaram as tensões entre Canadá e Estados Unidos, afetando uma parceria histórica de cooperação entre as nações.


México


Trump também anunciou tarifa de 25% para os produtos provenientes do México —depois, adiou a medida. A justificativa no momento da imposição da tarifa foi a de que o país tem feito pouco para conter imigração ilegal e tráfico de drogas —principalmente fentanil, opioide responsável por uma epidemia de mortes por overdose nos EUA. A presidente mexicana prometeu enviar 10 mil soldados à fronteira.


Além disso, Trump já iniciou deportações em massa de imigrantes, sobretudo mexicanos. O presidente fez do tema da "segurança na fronteira" uma das suas principais prioridades no governo atual. O Congresso aprovou uma lei para facilitar as detenções e deportações, com 1.500 soldados enviados à região.


O governo mexicano disse que estava pronto para cooperar com a recepção de seus cidadãos deportados. O país já atua como uma segunda fronteira, reduzindo o fluxo de migrantes que se aproximam dos Estados Unidos. Com a posse de Trump, o México também teve de receber solicitantes de asilo que agora estão sendo rejeitados pelo país.


Conflitos com México envolvem ainda o Golfo do México. Trump disse ser a favor de que o Golfo do México passasse a ser chamado de "Golfo da América". Em resposta, a presidente mexicana sugeriu chamar os EUA de "América mexicana", mostrando um mapa-múndi anterior a 1848 no qual a região da América do Norte aparece com esse nome. "Para nós, ainda é o Golfo do México e para o mundo inteiro", insistiu.


Dinamarca (Groelândia)


Em dezembro de 2024, Trump voltou a falar sobre o interesse em comprar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. O presidente dos EUA enfatizou a importância estratégica e econômica da região para os EUA. "Para fins de segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América sentem que a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta", escreveu Trump no Truth Social.


Interesse já havia sido expresso em mandato anterior de Trump. O presidente dos EUA citou o desejo de comprar a Groenlândia em 2019, mas a proposta foi prontamente rejeitada pela Dinamarca e pelas próprias autoridades da ilha antes que qualquer discussão formal pudesse ocorrer. A Groenlândia é considerada estrategicamente importante para os militares dos EUA e seu sistema de alerta precoce de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.


O primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, respondeu aos comentários de Trump. "A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa longa luta pela liberdade."


China


Trump anunciou tarifa de 10% para a China. Ao lado do México e Canadá, a China responde por mais de um terço das importações dos EUA, fornecendo carros, remédios, calçados, madeira, eletrônicos, aço e muitos outros produtos aos consumidores americanos.


Em resposta, a China anunciou tarifas e restrições a importações de produtos americanos. A medida passa a valer a partir de segunda.


União Europeia


Trump já anunciou possíveis medidas que devem atingir o bloco europeu. O presidente dos EUA subiu o tom e disse que "com certeza" planeja atingir a União Europeia, bloco europeu de 27 nações, com novas taxas de importação.


"Vou impor tarifas à União Europeia? Você quer a resposta verdadeira ou uma resposta política? Com certeza. A União Europeia nos tratou de forma terrível", disse Donald Trump, a repórteres, criticando o superávit comercial europeu com os EUA.


Em resposta, o porta-voz da UE disse que o bloco "responderá com firmeza". "As tarifas criam perturbações econômicas desnecessárias e aumentam a inflação. Elas são prejudiciais para todos os lados", acrescentou. Ele afirmou ainda que a UE continua comprometida com uma política de tarifas baixas como forma de "impulsionar o crescimento e a estabilidade econômica dentro de um sistema comercial forte e baseado em regras". O bloco também criticou a sobretaxa aplicada por Trump sobre Canadá, México e China.


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