Em meio ao aumento dos casos de dengue em Londrina, inclusive com a ocorrência de óbitos nos últimos meses, a CML (Câmara Municipal de Londrina) vai discutir um projeto de lei para distribuição gratuita de repelentes nas escolas municipais da cidade. O texto de n° 78/2025 é assinado pela vereadora Paula Vicente (PT). Nesta quinta-feira (17), a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina confirmou mais dois óbitos em decorrência da dengue no município em 2025.
O projeto, que começou a tramitar na última quarta-feira (16), defende que a distribuição dos sprays é uma medida preventiva “de baixo custo e elevado impacto social” de combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela dengue, chikungunya e zika vírus.
De acordo com a matéria, caberá à Secretaria Municipal de Saúde distribuir os produtos, que podem ser individuais ou para as salas de aula, e coordenar ações educativas nas unidades escolares. O PL fala em inspeção periódica dos espaços que podem acumular água parada e manutenção das áreas verdes.
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Em entrevista à FOLHA, Vicente afirma que, além de contribuir para a prevenção com os repelentes, o projeto é importante pelo aspecto educativo.
“A dengue nunca vai acabar se nós não nos educarmos para limparmos os nossos quintais, para não jogarmos lixo em locais inadequados”, pontua a vereadora, que ainda critica o descarte incorreto de entulho em fundos de vale. “A educação é a base para a gente conseguir superar todos os nossos problemas, e nada melhor do que ensinar nossas crianças desde pequenas a se prevenir contra a dengue e também protegê-las de maneira imediata contra a picada do mosquito.”
Uma prática adotada pela Prefeitura de Londrina para o combate ao Aedes é a aplicação de inseticida nas escolas, que deve continuar ao longo do ano. Trata-se do inseticida residual Fludora, fornecido pelo Ministério da Saúde.
DESPESA
Sobre o impacto orçamentário do PL, uma vez que obriga o município a adquirir e distribuir os repelentes, Vicente defende que o custo é baixo e que a proposta é possível de ser executada. Esse é um ponto que pode ser questionado, já que a assessoria jurídica da Câmara tem apontado inconstitucionalidade em projetos que impõem despesas ao Executivo - caberá à autora defender o PL nas discussões da Comissão de Justiça, da qual é membro.
“Temos outras formas de buscar recursos para trazer esse repelente para cá e não precisa ser um repelente individual, podemos pensar em um repelente de ambiente. Não adianta a gente ficar aqui fazendo projetos só autorizativos. Eu entendo a limitação [da atuação parlamentar], mas temos outras formas de buscar esse recurso", sustenta a vereadora.

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