A JF (Justiça Federal) do Paraná começa a ouvir, nesta terça-feira (26), as testemunhas do caso que envolve o londrinense Anderson Robson Barbosa, acusado de matar a mulher e a filha, em agosto de 2022, no Japão. As oitivas ocorrem até o dia 4 de dezembro. O interrogatório do réu vai concluir esta fase.
As audiências serão conduzidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma responsável pela Operação Lava Jato. Como todas as testemunhas residem no Japão, as oitivas vão ocorrer no horário noturno, para compatibilizar com o fuso horário. As audiências não serão abertas ao público.
Anderson Barbosa responde pelo feminicídio de Manami Arakami, que tinha 29 anos e nacionalidade japonesa, e pelo homicídio da filha Lily, de três anos. No caso da esposa, são agravantes do crime motivo fútil, emprego de meio cruel e meios que dificultam a defesa da vítima. No caso de Lily, os agravantes são o fato de se tratar de menor de 14 anos e pelo grau de parentesco, além da motivação de tentativa de ocultação do crime.
À época, a emissora MBS, do Japão, informou que a autópsia encontrou mais de dez perfuraçoes no corpo de Manami, que atingiram órgãos vitais, como coração e pulmão, provocando morte instantânea. Ela também tinha marcas de agressão no rosto. Lily também tinha ferimentos de múltiplas facadas.
Eles moravam em Sakai, província de Osaka. Após a morte da mulher e filha, ele foi visto no Aeroporto Internacional de Naritada e, em seguida, desapareceu.
Com o nome incluído na lista de procurados da Interpol, Barbosa foi preso somente em julho de 2023, em São Paulo, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela JF, após um pedido de cooperação jurídica internacional enviado pelo Japão. Ele foi encaminhado ao Complexo Médico Penal em Curitiba e se tornou réu em agosto daquele ano.