Como decorar o setor onde o carro está no estacionamento se a sinalização ou o próprio espaço está colorido de verde? Como escolher uma peça de roupa com cores que combinem? E, ainda, como explicar para o filho que a cor que ele usou para colorir uma bandeira está “errada”? Para a maioria das pessoas, essas questões podem parecer um tanto irrelevantes. Porém, para mais de 350 milhões de indivíduos no planeta, nove milhões apenas no Brasil, o daltonismo é uma condição que afeta o dia a dia, criando dificuldades de integração, perda de oportunidades, constrangimento e bullying. Situações que afetam a autoestima e a vida dessas pessoas.
Pensando nisso, a NIAD, administradora do Boulevard Shopping Londrina, trouxe para o setor de shopping centers na América Latina um "alfabeto das cores" único, inovador e transformador, em uma parceria internacional inédita com a ONG portuguesa ColorADD. Uma ferramenta inovadora que procura garantir a plena integração do público daltônico sempre que a cor for determinante na identificação, orientação ou escolha. Segundo o designer português Miguel Neiva, criador do código, o Brasil é um parceiro estratégico para a ampliação do conhecimento do alfabeto das cores.
Os visitantes do Boulevard Shopping Londrina serão impactados com uma ampla sinalização no mall e ativações para crianças como amarelinha, jogos de Twister e entrega de cartilhas explicativas e balões coloridos adaptados com o alfabeto das cores. No Espaço ColorADD será possível realizar o autoteste de Ishihara (teste de senso cromático que permite identificar o grau de alteração e o tipo de daltonismo) entre 14 e 18 horas, e finalizar o atendimento com o médico oftalmologista, Vitor Antônio Alves da Silva. Em parceria com o Hoftalon, o objetivo desta ação é orientar as famílias e promover a saúde dos olhos com diagnósticos precoces. O Espaço ColorADD fica no piso superior, ao lado do Espaço do Cliente.
Comunicação para Daltônicos
Criado pelo designer português Miguel Neiva, o ColorADD é um Sistema de Identificação das Cores aprovado pela comunidade científica internacional. Ele utiliza símbolos gráficos para identificar as três cores primárias (azul, vermelho e amarelo). Quando os símbolos são combinados, criam uma ampla paleta de cores que possibilita uma linguagem universal e inclusiva simples e eficiente, que pode ser facilmente implementada em qualquer parte do mundo, independentemente do idioma.
O ColorADD foi criado pelo designer português Miguel Neiva em 2008. Trata-se de um Sistema de Identificação das Cores aprovado pela comunidade científica internacional que utiliza símbolos gráficos que, combinados entre si, criam uma linguagem que permite ao daltônico identificar as cores em qualquer ecossistema em que estejam inseridos, independentemente do idioma.
Funciona a partir da combinação dos símbolos que representam as três cores primárias (azul, vermelho e amarelo), permitindo criar uma ampla paleta de cores. O azul é representado por um triângulo que aponta para baixo. O vermelho, por um triângulo que aponta para cima. Já o amarelo, surge como uma barra inclinada. O branco e o preto são representados por um quadrado sólido ou “vazio" que permitem criar os tons claros e os tons escuros.
A soma das cores primárias cria uma nova cor. Se juntarmos o vermelho com o amarelo, por exemplo, criamos a cor laranja. Se conjugarmos o símbolo do azul com o símbolo do branco, criamos o azul claro. E assim por diante. Até os tons de cinza e as cores metalizadas podem ser representadas.
O ColorADD já é utilizado no transporte público, shoppings, em hospitais e instituições voltadas para educação e entretenimento, além de outras empresas em mais de 90 países, com particular destaque em número de projetos e setores em toda a Europa, Estados Unidos e Canadá, entre outros. No Brasil, além da NIAD, o ColorADD já é utilizado, por exemplo, pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, nos livros de literatura infantil do Grupo Ciranda Cultural, da editora Pinguepongue, e no Aprende Brasil, Grupo ARCO Educação, entre outros.
O daltonismo é um distúrbio da visão em que a pessoa tem dificuldade ou incapacidade de distinguir algumas cores, principalmente o verde e o vermelho. Na maioria dos casos, é observado em homens (98%), mas pode ocorrer em mulheres. Ocorre por genética hereditária, devido a uma alteração no cromossomo X, mas pode surgir também como consequência de outras doenças. Em crianças, o daltonismo pode ser percebido pelos familiares ou professores na escola, através de alguns sinais, como dificuldade ao ler páginas coloridas ou desenhar com cores “erradas”. O diagnóstico é feito pelo oftalmologista através de testes, como o de Ishihara, que permitem avaliar a capacidade da pessoa em diferenciar as cores. Entre as indicações para a melhoria da qualidade de vida dos daltônicos está o aprendizado do sistema ColorADD.
Entre os principais tipos de daltonismo estão:
DEUTERANOPIA: Semelhante à protanopia, mas sem o efeito de escurecimento. Encontra-se em cerca de 10% da população masculina.
PROTANOPIA: É causado pela ausência de fotorreceptores de retina vermelha e resulta em dificuldades em distinguir entre azul e verde e entre vermelho e verde. Está presente em 10% dos homens.
TRITANOPIA: Uma perturbação muito rara da visão cromática em que apenas os pigmentos vermelhos e verdes do cone estão presentes, com uma ausência total de receptores azuis da retina. Os azuis aparecem esverdeados, os amarelos e as laranjas aparecem rosados, e as cores púrpura aparecem vermelho profundo.
ACROMATOPSIA: Também conhecida como "cegueira total da cor", é a falta de capacidade de distinguir as cores (e assim a pessoa vê tudo como se estivesse numa televisão a preto e branco); causada por defeito do cone ou ausência.