Rampas quebradas, sem manutenção ou altas demais colocam em risco os que mais dependem delas. É o caso de Cleber Alves, 33 anos, paulista de nascimento e morador de Londrina há 15 anos que relata ter até sofrido queda de costas e quebrado o braço ao tentar subir em rampas pela cidade. Ele denuncia descuido de infraestrutura nas avenidas Souza Naves e Higienópolis, no Calçadão, região central de Londrina e na Tiradentes, zona oeste.
“Eles fazem a rampa com o beiral alto, a roda da frente da cadeira enrosca, acaba não subindo, e tenho que pedir ajuda. E existem muitas pessoas que não gostam de ajudar”, desabafa. Para Alves, Londrina não tem preparo para a autonomia de pessoas que usam cadeira de rodas pra locomoção. "Não tem como passar por causa dos buracos. A acessibilidade de Londrina é nota zero"
História que se repete
A falta de acessibilidade não impacta apenas o conforto, mas também a segurança de todos que circulam pela cidade. No entanto, os mais afetados são os cadeirantes. Para Luan Silva, natural de Londrina, a situação não é diferente.
“Tenho veículo próprio e no centro é impossível achar vaga ou local que tenha adaptação adequada. Um exemplo é a Secretaria de Saúde de Londrina, que não tem vaga próxima ao prédio para cadeirantes ou idosos.”
Silva enfatiza a necessidade de recapeamento das vias e de ajustes no asfalto para permitir o acesso adequado às rampas. “Acaba ficando um buraco, calçadas sem padrão de nivelamento, quadras sem rampas de acesso e falta de vagas e fiscalização para as vagas PCD [pessoas com deficiência]”, diz.
“Sem essas manutenções e novas rampas, tudo se torna mais lento e perigoso. Qualquer descuido pode causar uma queda ou tombamento. Já temos uma locomoção mais lenta, e com esses obstáculos o trajeto fica 'ainda maior', pois precisamos desviar. Por falta de rampas, me limito a alguns lugares”, afirma Silva.
Luta por mobilidade
A acessibilidade é sinônimo de qualidade de vida, significa poder sair de casa, frequentar eventos, trabalhar e viver com segurança. A londrinense Ana Paula Tonon Magnani, moradora da região central, conhece bem essa realidade. Com rotina que inclui fisioterapia, hidroterapia e lazer, ela enfrenta diariamente as dificuldades das calçadas irregulares e da falta de guias rebaixadas.
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*Sob a supervisão de Patrícia Maria Alves e Fernando Rocha Faro