A perícia técnica realizada no piso do Ginásio de Esportes Moringão, na área central de Londrina, concluiu que os problemas identificados na estrutura poderiam ter sido evitados. Entregue em 2023 e avaliado em mais de R$ 1 milhão, o piso absorveu mais umidade do que o previsto, o que provocou a degradação de cerca de 30% das placas de madeira.
A análise foi determinada pela Justiça após a Xlam, responsável pela instalação, apresentar defesa contra a acusação da Prefeitura de Londrina, que apontou falhas estruturais — como o estufamento da madeira — e pediu tanto a retirada do material quanto a devolução do valor investido.
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O poder público alega que defeitos no piso foram provocados pela empresa, ainda no momento da instalação, em 2023. Já a Xlam aponta a Prefeitura como culpada, indicando mau uso das instalações e falhas no momento da limpeza. Enquanto o impasse não é resolvido, o ginásio segue fechado e sem previsão de reabertura.
De acordo com o laudo, foram inspecionadas 400 das 527 placas de madeira instaladas no Moringão, o equivalente a cerca de 76% da área da quadra. Parte do espaço corresponde à estrutura original, de 1972, e outra à ampliação realizada em 2002. Foi justamente nessa área ampliada que se identificou maior teor de umidade, atribuído a diferenças construtivas no contrapiso.
“Com a inspeção técnica e os resultados dos testes realizados, é possível observar que as evidências convergem para a mesma conclusão, de que a origem da umidade que afeta o piso do Ginásio de Esportes Prof. Darci Côrtes é proveniente da percolação de água presente no solo através dos poros e capilares dos materiais que constituem o contrapiso da área ampliada no ano de 2002”, diz o estudo.
O laudo também registrou desníveis acima do limite aceitável de 1 mm — chegando a 6,5 mm em alguns pontos —, deformações que prejudicam a prática esportiva, espaçamentos entre placas muito acima do previsto e medidas paliativas inadequadas.
As diferenças entre os dois contrapisos são significativas: no original, a espessura é de 18,5 centímetros, feito com material de baixa porosidade; na ampliação, varia de 4,5 a 7 centímetros, com material mais permeável à água. “[...] é possível concluir que as regiões onde as placas de piso apresentaram umidade elevada e sinais de degradação correspondem àquelas em que o contrapiso possui menor espessura e maior capacidade de absorção de água”, acrescenta a perícia, que descartou a hipótese de que os danos tenham sido causados pela limpeza das arquibancadas.
O estudo conclui que, mesmo com as limitações do contrapiso de 2002, “medidas adequadas de impermeabilização” poderiam ter evitado os danos. “A ausência desse tratamento revelou-se fator determinante para a degradação prematura observada no sistema de piso”, reforça.
Com o laudo pericial finalizado e entregue à Justiça, a Prefeitura de Londrina e a empresa responsável pela instalação do piso deverão se manifestar e apresentar seus pareceres técnicos. Por enquanto, as placas de madeira permanecem armazenadas no Moringão, e ainda não há definição sobre a responsabilização pela condição do piso nem sobre a execução de eventuais reparos.
TRANSFERÊNCIA NEGADA
Enquanto o Moringão segue fechado e sem piso, a Prefeitura de Londrina solicitou à Justiça autorização para instalar parte das placas no Ginásio de Esportes do Jardim Bandeirantes, que atualmente tem apenas piso cimentado. A estimativa é que 70% das placas estejam em condições de uso e poderiam ser reaproveitadas, já que a quadra é menor, mas o pedido foi negado sob o argumento de que a remontagem “implicaria alteração unilateral das condições originais de conservação do bem periciado e descaracterização do objeto da perícia”.
Em nota, a Prefeitura esclareceu que foi notificada pela Justiça da finalização da perícia e vai se manifestar sobre as conclusões do laudo em momento oportuno.
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